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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Treino em Monsanto - É do calor



Para este fim de semana queria, e sabia que precisava, de fazer séries. Já não as faço há muito tempo, e para alem disso sinto-me a ficar pesado e lento.  Cheio de determinação dirigi-me ao Estádio Universitário de Lisboa e comecei a fazer um aquecimento de cerca de 3 kms antes de começar a dar à sola.

O calor sempre teve um efeito em mim,  ou melhor vários efeitos, as sabem daqueles dias em que o nosso corpo não apetece nada correr, em que os músculos não são músculos mas sim gelatina, e nós mal conseguimos correr quanto mais sprintar ou fazer séries e a única coisa que nos apetece fazer e parar, deitar e dormireeeeeeeee ......zzzzzzzzzzzzzz ............... sabem? digam que sim para me fazer sentir melhor.  Nunca se diz que não aos malucos.

Para além disso, as casas de banho da piscina do Estádio estavam encerradas e como estava tudo contra mim, interrompi o treino. E fui para onde?  mesmo não correndo a grandes velocidades havia ali perto um sitio que sempre me recebeu de braços abertos, ou melhor de ramos abertos. Não não foi Almada, fui para Monsanto.


Estacionei no Jardim do Calhau, liguei o relógio, e por baixo daquelas abóbodas de pinheiros mansos passava um brisa calma que desabafava o ar irrespirável que encontrei no EUL. Por baixo daquelas sombras, lá dei as voltas habituais para aquecer e resolvi fazer a ligação com a Mata de São Domingos de Benfica. Percorri com prazer o seu longo estradão até chegar quase à Embaixada do México e depois voltei para trás.

À medida que voltava, vi a aproximar-se perigosamente um entroncamento com um trilho que costuma ser o meu ponto de partida para maiores aventuras. Não levava ténis de trail (quer dizer sapatilhas para o pessoal a norte do Mondego) , e só queria fazer um passeio de 10 kms para queimar calorias e tinha algum receio de me entusiasmar, mas no final do trilho, em vez de seguir para o próximo, e por ai a diante, conseguir ter o bom senso de voltar atrás para o estradão.


Com uma paragem breve pelo chafariz para beber e despejar água pela cabeça abaixo, voltei a correr até que no final da saída do parque da Mata de São Domingos de Benfica vi que o meu trilho preferido me piscava o olho, e eu como impulsivo que sou, sai do estradão e fui por ali acima.

Foi como matar saudades de um velho amigo, adorei subir em velocidade, pisar em cima das raízes no chão, sentir as folhas dos sobreiros por baixo dos pés, fazer curva e contracurva, encontrar um casal de jovens a fazer amor no chão num canto da floresta (ou sexo, não parei para perguntar se havia sentimentos à mistura), saltar por cima de um pinheiro, fazer um esforço final para superar a última rampa e chegar a outro estradão.

Aproveitei o estradão para correr um pouco sem subidas e recuperar a respiração, antes de fazer outro trilho de BTT por ali acima. Depois achei que já tinha tido kms de divertimento suficiente e fui naquele forno brando até ao Jardim do Calhau, para um sprint final. Alonguei paralelamente aos longos raios do por do Sol.

Eu amo a floresta, outros amam a floresta e na floresta. É o calor é o amor...
 
 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Memórias do Peneda Gerês Trail Adventure


Já passou tanto tempo que mais do que uma crónica, este texto é uma coletânea de memórias.


Cheguei à Casa Nobre do Correio Mor de Ponte da Barca, turismo de habitação, num final de tarde de sábado, que contrariava as anteriores previsões de frio para o dia da prova. Instalei-me no quarto e antes de sair para jantar com os meus companheiros de viagem, a simpatiquíssima D. Céu, que pergunta-me: amanhã a que horas quer que lhe sirva o pequeno-almoço? a medo respondo-lhe: Às 7:00? - e segue-se uma cara de pânico de quem estava à espera que eu dissesse 9:00. Mas tudo se compôs...

 

Ao por do sol, vamos levantar os dorsais a Arcos de Valdevez, e quem é que eu encontro  à entrada da organização? Sim, o Carlos Sá claro, dahhh, mas para além dele? Sim, a Isabel Moleiro. Cumprimento-a e entre outras palavras ela picou-me: "Você aqui? Está perdido?" - Suspiro - A desmotivação perante uma das candidatas ao 1º lugar.

 

Na alvorada bebi cerca de meio litro de sumo de laranja e provei uns doces regionais suportados em fatias de pão quente (e não, não me deu a volta à barriga).

 
 

 

O dia nasceu grávido de aventuras, eu sorria debaixo de um azul limpo, o sol rasgava por entre o verde vivo das árvores, eu não tinha medo se corresse mal simplesmente porque estava onde devia estar, e eu estava em paz comigo mesmo. Fiz o controlo do equipamento, cumprimentei a Isabel mais uma vez, e vejo o Eduardo a chegar a correr sem saber onde fazer o controlo e colocamo-nos no centro da ponte, preparados para a partida.

 


Como sabíamos que ia ser uma prova com distância e altimetria que nunca tínhamos feito, resolvemos ir com calma e ir aproveitando a experiencia e as vistas, fossem elas quais fossem, era preciso aproveitar e encontrar continuamente motivação interior. Apenas por acaso, fomos quase sempre atrás de um grupo destes corredores nórdicos.

 (O fotografo queria tirar-nos fotos mas estas pessoas estavam sempre à frente)

Com o 1º km feito numa volta pela cidade branca granítica, com algum apoio popular, para iniciarmos uma subida, uma subida não, uma parede serra acima que se  iria prolongar uns  4,5 kms e iria subir 450 metros. Já sabendo o que nos esperava decidimos aproveitar a companhia e iniciar a caminhada com os outros corredores. Ao início ainda passaram dois a correr e a cantar "Allez France" mas foi sol de pouca dura, bem tentaram mas pareciam que não sabiam ao que ia.



 (Reparem nelas a pôr-se à nossa frente - incrivel)

Aproveitei para tirar fotos, apreciar a paisagens e o humor daqueles que me rodeavam, até que, no final a rampa cedeu no seu flagelo das minhas pernas e a inclinação começou a quebrar e de repente... de repente o Gerês era guardado por sentinelas gigantes, com o seu olhar granítico focando um vale infinito que nos deixaram entrar nos seus bosques mágicos, de carvalhos vestidos com túnicas de musgo verde.
(subir, subir, eu hei-de conseguir)

 

E assim começamos a rolar e a ganhar velocidade passo a passo até uma gaita-de-foles desafinada nos dar a boas vindas ao 1º abastecimento. Estávamos no 11º km. Venham daí as laranjas e as batatas fritas, um respirar fundo e tornamos a correr por carreiros encharcados ladeados por muros de pedra.

 


Corria lentamente, saltitando de pedra em pedra, tentando evitar o inevitável, a lama que mais minuto menos minuto, num passo mal calculado, iria penetrar nos meus Speedcross 3 até que as novas meias brancas tomassem para  si a cor para a qual desde o início foram criadas para ficar.

 

É assim, não há nada a fazer, e já devia saber, tantas corridas e sempre a dizer que nos trilhos “quanto mais água melhor” e depois não quero javardar os pezinhos... Bom, sem água e sem subidas não há trilhos, portanto toca a subir. Finalmente entramos no Parque Nacional da Peneda Gerês onde um casal de velhotes queridos iniciava um passeio romântico.




Novo abastecimento onde encontramos as musas nórdicas... sim na altura também eram nossas musas por via das endorfinas, infelizmente acompanhadas de guarda-costas de aspeto neo-nazi. Encontramos também um grupo de franceses com os quais partimos parque natural adentro, em trilhos perfeitos na combinação verde/castanho e os quais ficaram guardados na cabeça para lá voltar em breve.

 

Com o grupo de franceses fizemos um trajeto que subia novamente, já tinha saudades, com várias conversas poliglotas para nos ajudarmos mutuamente... "á gauche, a gauche" dizia eu. Quando passamos por uma estrada de alcatrão, coisa rara no trajeto, uma vaca de cornos magníficos olhava-nos de forma ameaçadora, ao passar falei com ela em “hmmmmmês”.

 

Reentramos no mato, e demos de caras com uma ponte em granito (quantas vezes já disse granito neste texto?) sob um carvalho e um rio que na sua adolescência rebelde saltava por cima de pedras e troncos por baixo.


 

Subimos, definimos que no dia seguinte iriamos ao Lindoso ver os palheiros, e demos por nós a passar ao lado de um bosque de cedro onde, de repente nos apercebemos que mesmo ali ao lado, estavam vários bois camuflados à sombra como que a adivinharem o calor que eu iria sentir novamente.

 

E quando paramos de subir e demos com a aquele planalto imenso de lajes de granito sob as nuvens, onde conseguíamos ver duas manadas de garranos a pastar livremente. Lá no topo do mundo, o calor apertava e quando nos aproximamos para passar um ribeiro que passava resolvi refrescar-me, enfiando a cabeça naquela água gelada que corria cristalina e não me pude conter… De rompante comecei a beber aquela água tão fresca e que me soube tão bem, um abastecimento improvisado.





Estávamos no topo do mundo. Endireitei as costas, levantei a cabeça e olhei em volta para os vales que nos cercavam e, correndo, senti-me a planar por cima daquelas gargantas. Abri os braços e corri como se tentasse voar, mas sentia que voava enquanto corria. Era livre feliz...



Alguns kms mais tarde começamos a descer, primeiro lentamente e a partir dos 22 kms tive de me aplicar no conceito de descida técnica. Aos 24 kms tivemos um pequeno abastecimento de líquidos e a partir daí começaram os problemas. Começo bem as descidas técnicas, baixando o centro de gravidade, evitando o contacto dos pés com o solo se prolongue muito tempo, numa ligeira cavalgada, mas rapidamente começo a sentir dores nos dedos quando travo (depois vim a saber que tinha uma unha partida), o que faz com que as descidas se tornem num ordálio de dor realizado à mesma velocidade das subidas.

Assusto-me com as dores, não pela intensidade, mas porque sei que ainda falta metade da prova e a partir daqui será maioritariamente a descer. Vou controlando a dor, aprendendo a colocar o pé, descemos por ravinas que não imaginava, pedra sob pedra. Mas assim vamos descendo, por trilhos e veredas.



A correr por caminhos de pedra abaixo, empolgamo-nos e o Eduardo abre os braços por cima dos muros de pedra até que, com um pequeno toque, uma das pedras se solta e cai para dentro da propriedade ao lado. De repente,  ouve-se um resfolhar dos arbustos que espreitam por cima do muro que se agitam em pânico. Atrás de mim vem um rapaz sozinho, à minha frente outro de bastões e o Eduardo.

 

Continuo a correr, tentando, perceber pelo canto do olho, o que se passa do outro lado do muro. às tantas entrevejo o dorso dourado de um animal barrosão que está entrou pânico e que corre paralelamente ao caminho, aproximando-se do trilho, até que às tantas entra no caminho e prova... Corre mais do que nós. É uma vaca com capacidades ao nível de top mundial do trail reconhecida, uma mistura entre vaca e cabra, é uma vacabra.

 

Disclaimer: A parte que se segue pode chocar os mais sensíveis. Não ler esta parte à refeição... Depois não digam que não avisei.

 

A Vacabra ocupa a largura toda do caminho e para agravar o problema, é que está em pânico e à nossa frente. Começo a reparar que a cavalgada não é o único sintoma de medo, para alem de me desviar das poças de lama tenho agora de fazer um slalom entre montes fumegantes de bosta... olho para a frente e vejo um esfíncter de Vacabra a funcionar.

 

A Vacabra entretanto desaparece e nós descemos para uma pequena povoação de montanha onde uma velhinha toda encarquilhada, com um lencinho preto na cabeça, nos diz assertivamente, como se já tivesse feito esta prova no mínimo umas cinco vezes, que não é por ali, que temos de voltar para trás e subir a ribanceira. Mas o rapaz que vinha atrás de mim não só não se enganou como não disse nada. Ficou-nos atravessado no goto.

 

O dedo grande do pé direito lateja de dor, que vai subindo alma acima, mas tal como em tudo na vida, não podemos parar, não é altura de desistir, assento o pé em pedra após pedra, subo, por entre riachos, subo, agarro-me a tudo o que posso, ramos, raízes, subo, sobrevivo, cerro os dentes, com as mãos empurro as pernas para me obrigar a subir, engulo a dor, determinado uno as minhas sobrancelhas, agarro-me com todas as forças ao sonho que estiver mais à mão, para fazer o próximo metro, que me transportará à próxima aventura, à procura de um pote de ouro no final do arco iris. Afinal de contas todos corremos à procura do mesmo... ah é verdade estamos a falar de corrida.

 

No topo espera-nos uma equipa de bombeiros locais, cumprimento-os com um "...dia", já não há forças para dizer bom dia. Perguntam se está tudo bem, penso que seria uma boa altura para desistir mas calo a fraqueza, e respondo que sim. No alcatrão começamos a descer lentamente um quilometro.



 

Entramos noutra povoação com outra velhinha muito velha - no Gerês a última moda andar de preto com um lenço na cabeça - e o Eduardo, com uma voz irritantemente fresca, pergunta-lhe "agora um chazinho quente é que ia?" e ela responde-lhe / nos "Chazinho quente? Branquinho verde fresquinho é que era!" Pumba, incha!

 

Ri-me. São episódios destes que me fazem adorar os trails. Estes e outras tantas razões que já descobri e mil e uma que hei-de descobrir. Acho que não consigo acabar um trilho e dizer só... Esta feito.

 

Mas nesta parte da corrida já predominavam as descidas. Perguntam-me se estou bem, respondo que sim, perguntam-me se tenho mais dificuldade nas subidas ou nas descidas, respondo nas descidas por causa dos dedos do pé. Entramos novamente em trilhos de lajes de granito, subindo agora um monte redondo, sem grandes escarpas, para depois descer até ao último abastecimento. Estávamos com 32 kms e faltava pouco pensava eu. Ainda apanhamos as Nórdicas no abastecimento...

 

Devo ter bebido um litro de isotónica, porque quando nos pusemos ao caminho sentia o meu estomago como uma bola aos saltos dentro de mim, mas saímos sabendo que a partir de agora seria sempre a descer, primeiro pelo alcatrão e depois por um trilho pejado de raízes. Começo a sentir a cada passada os joelhos a doer... corro mais devagar para me proteger.



 

Mas a descida acaba numa ponte de pedra... são estes momentos que compensam a dor. Num vale verde cavado por ou para um rio.

Continuamos a descer, a corrida vai longa, o dia vai longo, doíam-me os pés e principalmente a perna direita até aos glúteos. Naqueles vales onde não corria uma brisa o Sol não ajuda, no pináculo do dia, o cansaço quebrava-me o corpo, o calor a vontade.

 

O Eduardo bem faz por tudo para me motivar, vou correndo e andando, andando e correndo. Sinto um cansaço generalizado, quase febril. Sonho com banhos gelados. Um pouco adiante chegamos a um trilho paralelo às águas cristalinas do rio vez. Aos 37 kms, perto da passagem vemos, já na outra margem, o rapaz de azul que não nos disse nada quando nos enganamos e nos fez perder 10 minutos. Parecia que lhe conseguia ver o sentimento de culpa a desviar os olhos.

 

Um dos bombeiros que asseguravam a passagem em segurança, pergunta-nos: Ainda vem mais alguém? - Ainda vem mas alguém? Pergunto eu, com cara de ofendido, mas ele pensa que nós somos os últimos? Respondi que esperava bem que sim. Que desplante, não bastava quando fui levantar o dorsal... bom, o Eduardo enfiou-se dentro do rio sem olhar para trás e eu fui logo a seguir.



 

Parece que o que precisava de duas coisas para espevitar: a primeira era passar a minha metade inferior que corre por água gelada, parece que o meu corpo acordou depois disso, a minha mente ficou mais esperta, e a minha alma restaurada. Mesmo sentindo os músculos meio presos do frio, voltei a sorrir; a segunda coisa era ver o rapaz que deixou que nós nos enganássemos no final do episódio da Vacabra, lá em cima da cumeada.

 

"Vamos apanhá-lo" dissemos, e de repente tinha um plano e um grito cá dentro que me fazia correr. Pese embora o percurso fosse a subir, entramos em modo meia maratona atrás dele. Perdemos 10 minutos com a história mas mesmo assim iamos apanhá-lo. Os metros passavam, e a cada curva viamo-lo mais próximo.

 

Foi abençoados pela sombra de uma igreja, aos 40 kms, que o passamos. Primeiro o Eduardo depois eu, sem piedade. Ele ainda tentou resistir como se adivinhasse que havia ali qualquer coisa de pessoal naquele ajuste de contas, mas, depois de uma subida pequena em single track mas de por o coração a bater forte, via-se nos olhos dele que estava derrotado.

 

Mantendo o ritmo, continuamos a descer até entrar nos arrabaldes da cidade de Valdevez, onde encontramos o grupo de 4 franceses que, cansados olham surpresos para nós. Mas nós estamos lançados e de bom humor, é impressionante constatar a mudança que se deu em mim depois do baptismo de rio,

 

Sei que a meta estará ali ao virar de qualquer esquina próxima e deixo os franceses para trás, anseio por ver a ponte a qualquer momento, mais uma curva e vejo todo aquele esplendor de granito receber-nos em plena euforia, um sentimento que não se compara ao que me dominava entre os 32 e os 38 kms.



 

Depois da ponte, acelero a preparar um sprint final, afinal ainda tinha forças... gosto sempre de fazer um sprint final, já tinha dito? quando tenho forças - antes de passar o portal de chegada, já vou repleto de realização, com um sorriso na cara, cumprimento mais uma vez o Carlos Sá e vou colher o prémio mais desejado, melancia cortada em pedaços, que trinco sequioso, em desespero, sentindo dentro da minha boca todo o prazer do fruto a desfazer-se num liquido doce.

 

A Superação afinal é um sentimento que sabe a melancia que não cabe dentro de mim e jorra pelas faces abaixo. Tinha acabado de fazer a minha primeira maratona em trail.

A verdade é que, depois de muita dificuldade em conseguir tirar as meias e os ténis, porque cada posição me dava uma caimbra diferente, fiquei com um andar estranho. Só conseguia andar com as pernas abertas :).

A conclusão a que chego é  que podia ter feito menos tempo, se calhar menos meia hora, em parte por ter começado a prova de forma muito defensiva, mas começo a notar que a preparação na serra de Sintra fez efeito. Afinal não foi só para meu prazer. 

Também deixar um grande abraço ao Edas, não só pelas fotos mas pelo companheirismo e motivação que me deu durante a prova.

Gerês,  fui muito feliz contigo.

Até breve ;)