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terça-feira, 29 de abril de 2014

Triatlo do Estoril - A experiência olímpica

Duro, muito duro. Assim foi o meu primeiro triatlo de distância olímpica. Foi daquelas experiências que, durante a prova, nos leva a pensar "mas porque raio é que eu me meti nisto", mas depois, quando acabamos, já estamos a pensar no que temos de fazer para correr melhor da próxima vez. De facto este Triatlo do Estoril não me correu bem. Não foi mau, cheguei ao fim, cortei a meta e esse era o principal objectivo. Mas esteve longe de ser perfeito.

Depois de uma primeira experiência em Alpiarça, a logística já era uma questão controlada. O "problema" agora era o dobrar das distâncias, principalmente na água. 1500 metros a nadar no mar foi o que mais me preocupou nos dias que antecederam a prova. Felizmente o Sol brilhou neste domingo e o vento foi para outras paragens pelo que, quando pisei o areal do Tamariz e olhei para o mar suspirei de alívio.

Por essa altura já contava com a companhia do pessoal do Clube de Triatlo dos SS CGD, o Nuno, o Carlos e o Tiago. Malta, vocês são um espectáculo. Do melhor mesmo. Obrigado pelo apoio e pelo incentivo. Já na praia comecei a olhar para o percurso. Seria um triângulo, feito em duas voltas, e as bóias pareciam estar mesmo ali, ao alcance de umas braçadas. Como eu me enganei.



Assim que entrei na água a primeira coisa que senti foi gelo nos pés. Estava gelada... O primeiro mergulho foi de sacrifício, mas tinha de ser. Deixei a multidão ir às respectivas vidinhas e comecei a dar as primeiras braçadas tentando adaptar-me ao frio da água na cara e nas mãos. Os primeiros metros foram muito maus. Apesar de ir cá atrás, ainda havia muita confusão e não consegui nadar como queria. Só à passagem da primeira bóia estabilizei. Foi nessa altura que levantei a cabeça e olhei em frente para ter noção de onde estaria a bóia seguinte. E aquilo que, cá fora, parecia perto, dentro de água era como se fosse do outro lado do mundo. Nadei, nadei, nadei.... nadei mais um bocadinho e continuei a nadar. A primeira bóia chegou finalmente e virei para o lado de Cascais. Novo olhar em frente e apontei à bóia seguinte, também longe como o raio. Quando cruzei a segunda bóia, dois problemas. O primeiro foi passar a nadar virado para o Sol, ou seja, não via nada. O segundo é que fui apanhado pelos primeiros, que já iam a completar a segunda volta. Levei umas fortes patadas e vi-me ultrapassado qual R5 numa corrida de F1. Passada esta pequena tempestade, lá fui para a 3ª bóia para iniciar a segunda volta. Por esta altura já estava com a boca completamente salgada. Não tinha engolido água, mas só o contacto com a boca incomodava. Mas não havia nada a fazer, por isso vá de iniciar a segunda volta. Novamente a primeira bóia pareceu longe como o raio, assim como a segunda e também a terceira, a última que tive de cruzar antes de me dirigir de volta à praia. Pouco depois de passar pela "baliza" obrigatória sinto uma dor forte no gémeo da perna esquerda. Cãibra e das valentes - ainda me dói neste momento. Nem conseguia mexer a perna. Nada a fazer. Desistir não era opção. Não nada esta perna, nada a outra. A praia, que estava ali à vista, parecia nunca mais chegar e às tantas a dor foi desaparecendo. Quando me pus de pé estava quase bom. Mas então houve outra coisa. Tonturas. Quem me viu dar três passos para o lado assim que me pus de pé deve ter pensado "olha... este fica já aqui." Mas não fiquei. Endireitei-me. Olhei em frente e segui caminho pela areia, já tentando despir o fato. Entretanto olhei para trás, para o que tinha acabado de fazer e a água estava calma. Demasiado calma. Fui o antepenúltimo a sair da água, com 44 minutos. Demasiado mau para quem já faz a distância na piscina em menos de 35 minutos.

Transição #1
Depois de uns minutos complicados em Alpiarça para despir o fato, desta vez a coisa correu melhor. Para isso também contribuiu a distância entre a saída da água e a bicicleta, altura em que fui despindo o fato com calma, evitando que ficasse enrolado na cintura. Quando cheguei à bicicleta foi só tirar as pernas. Menos mau.

Ciclismo
Começar a pedalar não foi a coisa mais fácil do mundo. Ainda estava um pouco "tonto" de 44 minutos a nadar e a dor na perna afinal não tinha desaparecido completamente. Os primeiros quilómetros fizeram-se a muito custo, mas aos poucos as pernas começaram a desenvolver e sem dar por isso já estava a fazer o primeiro retorno, em Cascais. Entretanto já tinha passado pelo Nuno que, calculava eu, já devia ir na segunda ou terceira volta. De Cascais para o Estoril lembrei-me - já tinha aprendido isso na Maratona - que a Marginal está longe de ser totalmente plana. E que bom que era que fosse. As poucas subidas que existiam até São Pedro do Estoril custavam bastante e as respectivas descidas quase não davam para descansar. Quase sempre sozinho, sem conseguir integrar qualquer pelotão, fui percorrendo volta após volta.
No final da minha terceira volta passa por mim o Carlos, meu companheiro de equipa, integrado num grupo que, no entanto, fica quase todo no parque de transição. Ele seguiu e eu tentei seguir atrás dele, ainda que uns bons metros. Consegui apanhá-lo já quase no 2º retorno e ainda trocámos algumas palavras. Ele estava a cerca de três quilómetros de largar a bicicleta, enquanto eu teria de dar mais uma volta. Fomos juntos até ao fim dessa minha quarta volta e ele lá ficou no parque de transição, pronto para correr. Essa minha última volta foi uma tristeza. Já quase não havia ciclistas na estrada e no retorno em Cascais percebi que só devia ter no máximo cinco atletas atrás de mim. O público também já tinha desaparecido e até os árbitros de prova tinham recolhido sabe-se lá para onde. Mas o pior não era isso, era antes uma dor que me surgiu na zona abdominal e que me apanhava as costas e os rins. Cerrei os dentes e aguentei até ao final dessa volta e entrei - finalmente - no parque de transição, com 1h22m de ciclismo, dentro do que tinha previsto para este segmento. Agora vinha a tortura.



Transição #2
Sem grandes problemas. Larguei a bicicleta, troquei os ténis e ataquei os últimos 10 quilómetros.

A corrida final
Em Alpiarça o terceiro segmento tinha originado sensações estranhas. Por um lado sentia-me preso e lento, mas por outro estava a correr a um ritmo fantástico. Aqui, no Estoril, não havia dúvidas. Estava mesmo muito lento. Os primeiros passos de corrida foram de um peso imenso, ainda para mais porque era a subir, em direcção ao Casino. O primeiro quilómetro ainda consegui fazer a correr, mas depois tive mesmo de parar. Já não me lembrava da última vez que tinha andado durante uma prova, mas não tinha outra hipótese. As pernas até estavam bem, o cardio também, mas as dores abdominais e de costas não me deixavam fazer força, principalmente nas subidas. Ainda pensei que fosse estômago - tinha ingerido duas saquetas de gel durante o ciclismo -, mas não consigo dizer com certeza o que foi. Ao longo dos 10 quilómetros devo ter parado umas sete ou oito vezes. A descer a coisa até se compunha e conseguia correr a uma ritmo aceitável, mas a subir não dava e tinha mesmo de andar para recuperar as forças. Entretanto passa por mim o Nuno que já estava a acabar a prova - e eu com apenas 5 kms - e o Carlos que ia entrar para a última volta. Fizemos essa última volta juntos e que bem soube a companhia, obrigado companheiro. Enquanto ele seguia para a meta eu seguia para essa última volta de tortura, ainda para mais porque fui apanhado e ultrapassado pelo pessoal que tinha feito a Prova Aberta, de distância super-sprint, que tinha começado às 12h, e que já estavam a acabar. Durante os meus últimos 2500 metros perdi a conta à quantidade de putos que me ultrapassaram. A "vergonha" foi tal que quando me dirigi para a recta da meta um juiz ainda me mandou continuar, como não acreditando que houvesse alguém do triatlo olímpico ainda a competir. Sem glória, mas com muita honra cruzei a meta do Triatlo do Estoril com 3h 14m 36s, na posição 194, entre 196 participantes. No final lá estava o pessoal do clube e o Carlos deu-me aquele forte abraço - lembras-te Pedro?? - que qualquer atleta deve receber depois de completar um grande objectivo. "Fazer um Olímpico não é para qualquer um." disse-me ele animando-me, como que adivinhando o meu estado de desolação por a coisa não ter corrido como eu desejava.



É verdade. Não correu como eu desejava. Não por ter feito 15 minutos a mais do que o previsto - esperava acabar abaixo das 3h -, mas porque gosto de ter prazer nas provas e o único prazer que tive nesta foi o ter chegado ao fim. Sofri na natação, sofri, menos, mas sofri, no ciclismo e sofri muito na corrida. Creio que estava bem preparado fisicamente, talvez tenha sido um conjunto de circunstâncias que ainda não consegui perceber. Não percebo porque demorei 44 minutos a nadar uma distância que já faço facilmente em 35 minutos e também não percebo o que me provocou as dores abdominais que me tiraram uns bons 10 minutos na corrida. Mas aconteceu. Se calhar é suposto ser assim a primeira experiência olímpica de um gajo que se inicia nos triatlos aos 34 anos. Talvez seja isso.

O lado bom é que está feito e a medalha de participação já está no meu mostruário. Já tenho um Triatlo Olímpico no palmarés e, como o Carlos disse, não é qualquer um que se pode gabar disso.

E agora o vídeo de parte do segmento de ciclismo.
Só consegui filmar 3 das 5 voltas - a bateria pifou, creio eu -, mas já dá para ter uma ideia de como foi

domingo, 27 de abril de 2014

Triatlo do Estoril - 1ª Parte

Não foi propriamente feito com uma perna às costas - muito longe disso -, mas esta já ninguém ma tira.


(e consegui não ficar em último.)

sábado, 26 de abril de 2014

Tic Tac, tic tac, tic tac...

Estou a cerca de 24 horas do tiro de partida do Triatlo do Estoril - distância olímpica -, aquela que será a minha grande aventura desportiva do ano - a par com a maratona de Lisboa, em Outubro, mas isso é outra conversa.
Neste momento já estou naquele estado de ansiedade que me caracteriza nestas provas. Já comecei a reunir o material de que preciso, assim como a recolher as últimas informações para a prova, nomeadamente número de voltas e estudar o percurso. E começa também a surgir aquele medo que também senti há um mês, por alturas do Triatlo de Alpiarça. "Como vai ser a natação?"
É verdade que tenho treinado 1500 metros na piscina - até mais - e tenho-me saído bem, cumprindo a distância sem dificuldades. Mas a natação desta prova é no mar, já não é numa barragem com águas calminhas. Haverá ondulação? Haverá correntes? Como vou lidar com isso? Além disso tenho uma ligeira dor num ombro que acredito que vá passar até lá, mas também acredito que se não passar não me vai incomodar na natação. Mas há sempre um "E se...?"
Como em Alpiarça, a minha prioridade é sair da água. Depois na bicicleta e na corrida será mais tranquilo. Estou a apontar para um tempo entre as 2h45m e as 3h de prova, mas - claro - só quero cruzar a meta em frente ao Casino do Estoril. A ver vamos

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Report da aventura de Montejunto


Depois da “foto-reportagem” vem agora a "história" (vista na minha perspectiva) J.
A participação no Trail de Montejunto começou a se desenhar umas semanas antes.
Foi algo do género: um puxa por outro (tendo sido o Ricardo no inicio a puxar mais pelo pessoal), uma aventura relativamente perto de casa, oportunidade de conhecer por dentro uma “serra desconhecida”, logística relativamente simples e até se falou em almoço da malta depois da prova. Assim, 4 elementos do Team inscreveram-se nesta aventura.
O Ricardo pelos motivos conhecidos e ainda em fase de recuperação acabou por não participar.
Ricardo: o teu pâncreas não estava preparado para aquilo. Fizeste bem em ficar sossegado J. Fica para outra oportunidade!
Sinceramente, levei pouco a sério a informação que dispunha em relação a este trail. Vi umas inclinações no gráfico mas pareceram-me “normais”, li que havia mais de 1km de subida acumulada e pensei “vou ficar cansado mas faz-se”, vi que seriam 21,5kms mas pensei se faço meias-maratonas também faço isto bem e depois também pensei fiz 3h10 em Sesimbra faço isto em 3 horas, mais coisa menos coisa. Reconheço que houve algum excesso de confiança na abordagem deste trail J.
Depois de termos acertado por unanimidade vir almoçar a casa, contava que antes das 2 da tarde estaria por casa (e à vontade) e só cheguei a casa bem depois das 3 da tarde! É verdade que houve atraso de 40 minutos na partida das provas mas a demora a percorrer o percurso contribuiu e muito para chegar mais tarde a casa. Claro que tive apresentar as minhas desculpas quando cheguei a casa, que foram efetivamente aceites perto das 8 da tarde e depois de uma bela sesta (da família toda) pelo meio J. Obrigado querida pela tua colaboração ao assegurares o que é preciso para eu me meter nestas aventuras J!
No dia anterior ao Trail o Ricardo para adoçar o apetite enviou à malta uma foto da serra! Bela foto que só vi na ida de carro para lá.
A logística também teve episódios engraçados J.
Perto das 6:50 o Zé e a Sofia estavam a chegar a Odivelas. Porta-bagagem do carro cheio de malas (parecia que o pessoal ia acampar) e nós prontos para seguir viagem! Nesta manhã, tínhamos como companhia algum nevoeiro.
À saída de Odivelas pergunto ao Zé pelo GPS ao que me responde ”Não há”. Depois pergunto se tinha imprimido as indicções ou mapa, ao que me responde: Não. E eu também digo que não imprimi nada. De seguida, o Zé “saca do belo” do mapa em papel e dá-me para a minha mão. Tudo controlado J.
A viagem para lá foi um belo convívio, uma grande galhofada J (Realço a viagem de ida pois na viagem de volta, vínhamos todos tão cansados e moídos que queríamos era chegar fazer bem o caminho e chegar a casa) !!!
Saímos na A8 em Outeiro da Cabeça e seguimos as indicações de Vilar. Sabíamos que estávamos do lado certo da serra mas não víamos serra nenhuma, por causa do nevoeiro.
A dificuldade (que não foi assim tanta) seria saber qual o caminho para Pragança, pois havia um pormenor interessante no mapa, que era simplesmente Pragança não aparecer no mapa. Aparentemente a terra que vinha no mapa mais próxima de Pragança seria Lamas e assim fomos andando.
Depois de passar por Vilar seguindo pela N115, surge um dilema, seguir em frente ou virar à direita. Primeiro seguimos em frente (meu palpite) continuando pela N115, mas depois o Zé (fez valer o seu papel de piloto) deu meia-volta e foi virar à direita. Passadas umas centenas de metros a melhor opção era perguntar onde ficava Pragança a quem encontrássemos e assim aconteceu. Um simpático senhor indicou-nos o caminho e lá fomos em direcção a Pragança. Passámos por Lamas e percebemos que estávamos relativamente perto.
Para ficarmos esclarecidos, ambos os caminhos iam mais à frente dar ao mesmo entroncamento em Boiça. Ao ir em frente íamos pela estrada nacional, ao virarmos à direita seguimos por uma estrada municipal. Todos os caminhos iam dar a Pragança J!
Já sabes Zé, para o ano vamos pela estrada nacional e ficamos a conhecer outro caminho J!
E lá chegámos a Pragança, mais concretamente ao Aviário do Pinheiro, onde o pessoal estacionava o carro e levantava os dorsais.
Dali tínhamos de ir para a Partida em Abrigada que ficava no outro lado da serra. Os transportes para a partida atrasaram-se e chegámos a Abrigada mais tarde do que previsto. A partida do trail curto estava prevista para as 9:15 e apenas partimos às 9:45.
Iniciada a prova, depois de uns metros em alcatrão seguimos logo por estrada de terra batida. Passado um bocado o terreno começou a inclinar e a lama a aparecer. Nesta fase procurei não encher os pés de lama pois ainda havia muito km para percorrer e quanto mais confortável fosse melhor seria. De qualquer modo, os pés lá se molharam um pouco e os ténis ficaram um bocado em tons de castanho J.
Antes dos 3 kms resolvi não acompanhar a passada da Sofia e do Zé, pois pareceu-me que iam um bocadinho rápido, ou melhor, eu é que sentia que seria melhor ir mais devagar J.
Nesta fase estávamos em subida, relativamente ligeira para trail mas um pouco lixada para qualquer pessoa pouco habituada a estas andanças. Foi nesta fase que “atravessámos” o nevoeiro.
No gráfico aparece por volta dos 5kms uma descida mas sinceramente não me lembro de nenhuma descida, provavelmente porque ia em fase de recuperação e já ia a olhar para a montanha que tinha que subir. Epá aquilo impunha mesmo respeito!!!

Ao 6ºkm aparece o abastecimento e vejo a Sofia e o Zé à minha espera! Obrigado por terem esperado por mim J. Apesar de vos ter dito na hora que não era preciso e que estavam à vontade para ir embora quando vos apetecesse foi sem dúvida muito mais divertido e interessante fazer aquela longa e ingreme subida na vossa companhia J!
Ao mesmo tempo que caminhávamos tínhamos a oportunidade de contemplar as vistas! Estávamos literalmente por cima das nuvens, conforme se pode ver nas fotos colocadas aqui no blog J.
Foi uma subida dura, sobretudo porque foi muito longa, foram mais de 3kms sempre em subida a valer. Na altura pareceram-me muito mais e nem sei dizer quantos minutos demorámos a subir a montanha.


Ao longo da subida aproveitámos para tirar umas quantas fotos! Por acaso foi a 1ªvez que levei máquina fotográfica para uma prova e talvez tenha sido a decisão mais acertada do dia J. Estas provas de trail proporcionam belos cenários que merecem ser fotografados. Depois, quando vemos as fotos, juntamos ao cenário as sensações e emoções daqueles momentos e aquelas fotos ganham um sentido extraordinário para quem percorreu aqueles caminhos J.
Talvez seja por isso que o pessoal se apaixona pelos trails J. Depois de passar o cansaço físico, o pessoal fica com vontade de se meter em outro trail e desbravar os caminhos da Natureza J!
Depois de tanto subir, pensei que quase 9kms estavam feitos e vamos lá embora correr.
Ainda percorremos os kms seguintes juntos mas antes dos 11kms eles meteram outra velocidade e foram à sua vida e fizeram muito bem.
O km seguinte foi relativamente tranquilo, com um abastecimento sólido pelo meio. De seguida apareceu uma valente descida (Tipicamente as descidas em trail não são descanso nenhum! Antes desta prova ainda não tinha integrado esta ideia J) e depois ao km 13 aparecia a outra grande subida do dia.
Depois de 13 kms nas pernas a subir e a descer, claro que esta subida foi feita em grande parte a caminhar e relativamente devagar. O que valia para animar eram as vistas J.
Chegados ao topo deste lado da montanha por volta do km 16 tínhamos uma bela vista da serra e ao fundo algumas localidades. Pragança era já ali em baixo, ouvia-se a voz de um senhor a anunciar (num altifalante) a chegada de alguns participantes. Havia uma ilusão que já faltava pouco mas afinal ainda haviam 6 kms para percorrer.
De seguida iniciou-se a parte mais difícil para mim: a ingreme, difícil e perigosa descida. Estava sinalizada e com várias chamadas de atenção pois aquilo era mesmo para ser feito com bastante atenção! Sinceramente não apreciei esta parte do percurso pois pareceu-me uma descida com grau de inclinação um pouco exagerado e ao mesmo tempo já havia bastante desgaste fisico!
Depois de descer havia um abastecimento liquido junto a uma estrada. Neste momento pensei agora a estrada vai dar a Pragança e já está. Mas não foi assim. Voltámos a entrar no mato e desta vez um pouco denso e ainda andámos por aquelas bandas a subir e a descer. Pragança ali tão perto e “andávamos às voltas”...
Epá estes 6 últimos kms não foram nada fáceis!!!
Depois de quase 4 horas lá entrei na localidade, agora já estava mesmo quase, mas ainda fui a tempo de me enganar no caminho (seguir em frente em vez de virar à direita) mas ouvi alguém a chamar e lá me encaminhei.
Ligeira subida e depois lá estava na recta da meta. A Sofia e o Zé lá estavam a aguardar (pensava eu que estavam ali há meia hora, afinal estavam há pouco mais de 10 minutos) e o Ricardo também lá estava (há quase 2 horas, pois ligou-me ainda eu não tinha chegado ao km13!) qual fotografo profissional a tirar fotos à malta.


Prova cumprida! 22kms a subir e a descer em 3h58m!
Passei a ver a serra de Montejunto com uma nova perspetiva!
Foi uma prova muito dura, mas ao mesmo tempo uma grande experiência. Nos últimos kms já estava cansado e até desgastado de tanto tempo de prova mas passo a passo chegou-se à meta. Superar obstáculos, lidar com as adversidades faz parte da experiência.
Grande aventura! Cenário espetacular! Belo convívio!

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Uma tarde na Montanha Russa – BES RUN CHALLENGER 2014



Olhei para o lado, bonsais e mais bonsais decoravam o átrio da loja que os comercializava, situada à entrada de Sintra. É mesmo aqui que estaciono!



O céu apresentava-se nublado mas a temperatura apetecível para uma corrida. E se essa corrida é em Sintra então vai ter subidas e descidas……….e muitas!



Não participei no "pacote completo" do Run Challenger do BES, mas, tal como no ano passado, decidi aproveitar a oportunidade de fazer um treino em modo "montanha russa" na vila de Sintra.



Portanto, já sabia ao que vinha. Já sabia que no largo de São Pedro (zona de partida/chegada da prova) estaria um mar de gente (atletas e familiares), que o estacionamento estaria caótico (por isso ter decidido estacionar um pouco mais longe), que haveria zonas de partida, para os vários "tipos" de atletas e que a confusão para entrar nessas zonas seria grande (não tanto como no ano passado).



Este ano fiz a corrida sozinho e por coincidência (ou talvez não) "abordei" a mesma com bastante tranquilidade.



As comparações entre esta corrida e a da Fim da Europa surgem com naturalidade e aposto que metade do pelotão que partia desta corrida era presença assídua na corrida do Fim da Europa (e mais não é, devido a limitação de inscrições nesta ultima).



Mais uma certeza: o inicio seria a subir e a seguir a descer até ao Palácio da Vila e depois do centro de turismo nova subida para depois chegado lá em cima……….descer…..




Já sabia, também, que ao chegarmos ao quinto quilometro, o espaço de ultrapassagem seria mínimo devido à pouca largura da estrada.



A moda deste ano é a utilização dos telemóveis como sistema sonoro, indo assim, o pelotão ao ritmo das play lists dos vários equipamentos telefónicos.



A volta foi dada ao 6º Km . A partida apartir daqui tornou-se mais rápida.



O prémio romantismo deste ano vai para o casal que fez a corrida inteira de mão dada. O amor é lindo ou então era mesmo "falta de pernas" (ou as duas coisas).



Mais uma vez, esqueci-me da subida ao quilometro oitavo (antes da passagem pelo Palácio da Pena) e para chegar até à descida rumo à meta foi o "cabo dos trabalhos". Que subida lixada aquela!




E depois? Depois foi a descer até à chegada. Normalmente não sou um grande apreciador de descidas e esta torna-se particularmente perigosa! Porque é acentuada, porque o piso é traiçoeiro e porque normalmente é utilizado por turistas. E se chove, é "esbardalhanço" na certa!



A chegada em velocidade cuidadosa foi com o mesmo tempo do ano passado. Só faltou a caixa com as queijadas (não houve ou já teriam acabado?). Foi mesmo a única novidade deste ano.

Olha que dois...

Olha para o ritmo dos meninos, Pedro T. e Eduardo,
a serem ultrapassados com uma facilidade incrível na clássica Cascais - Lisboa.



(emitido no Desporto 2, da RTP2, de sábado, 19 de Abril)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mini Trail de Montejunto 2014

CONQUISTEI E FUI CONQUISTADO PELA MONTANHA

Introdução

Aceitando o desafio de um amigo inscrevi-me para o meu primeiro mini-trail a sério (reparem no paradoxo “mini/a sério”) em Montejunto na altura publicitado a 18 kms, mas que na altura da inscrição já ia nos 20 kms.

Durante o tempo de preparação tratei de comprar o mínimo de equipamento, nomeadamente a Camelback e os ténis de trail. Consultei a altimetria do percurso e lá reparei na subida ao km 6º, que claramente se salientava. Preparei os horários da excursão que nos levaria ao seio da serra, a Pragança. Talvez da antecipação, e tal como uma criança, na noite anterior NÃO DORMI NADA!



Levantei-me quase às cinco da manhã, com a alvorada e a cabeça submersas em brumas, para ir buscar a Sofia e o Joel. Depois do autocarro do blog recheado, seguimos para a zona do Oeste, rumo à aventura.

Como não tenho GPS, e me esqueci dos mapas impressos, tivemos de fazer o trajeto de memória e por orientação à vista. Acontece que, quando começámos a circundar a serra pelo ocidente, à procura de Pragança à nossa direita…não se via nada. Mas com a ajuda de um GPS nativo de setenta e tal anos conseguimos chegar ao local da chegada (de onde partiriam os autocarros da organização para nos levar à partida).

Levantamos os dorsais, convivemos com a malta da instituição e instalamo-nos bem sentadinhos no autocarro quentinho e fofinho… adormeci e numa cabeçada aérea acordei. Enquanto o autocarro atravessava a serra, apresentava-nos aos poucos os percursos que iriamos fazer daqui a meia hora.

Partida – 1º abastecimento

Depois da partida, arrancámos a correr por um estradão de terra batida por alguns quilómetros ao que se sucederam algumas subidas que serpenteavam por entre os olivais. Foi a primeira vez que tivemos de parar de correr e começar a marchar.


Foi aqui que reparei pela primeira vez que a cara de uma corredora tinha uma aura feérica, prateada. Parecia uma fada na floresta. Seria a emanação de uma alma iluminada? Seria um super poder tipo pokemon? Não, eram os pelos da cara que estavam cheios de orvalho criando um efeito espetacular.


Aos olivais, sucediam-se troços mais planos, e à marcha sucediam-se novas corridas. Ao estradão sucederam-se trilhos individuais. Saltando por cima de poças, evitando areas enlameadas, deslizando à volta de oliveiras e sobreiros que esticavam os ramos só para nos apanhar. Parecia o Tom Sawyer! Aliás, SENTIA-ME O TOM SAWYER.

Quando vocês eram pequenos, e quando viajavam de comboio, naquelas viagens longas para fora de Lisboa, nunca experimentaram olhar pela janela até que a vossa visão se perder naquelas paisagens e num rápido e ininterrupto suceder de bosques, montanhas, planícies, cercas, estradas, serras, casas, arvores, montes enquanto na vossa mente vocês estavam a correr lá fora, acompanhando o comboio? Não? Se calhar sou eu que sou..., mas era assim que me sentia. A correr na natureza, a viver uma aventura.

(onde está o Huck?)







Assim continuamos, por subidas florestais e campos agrícolas até ao 6º km, onde se encontrava o primeiro abastecimento de água, que soube tão bem. Parei para reagrupar e para inventarias as espécies de arbustos.


(as vistas do 1º abastecimento)


Tojo, estevas, alecrim, cicuta, giestas, urze, azevinho que me lembre e ainda assim acho que me esqueci de alguns. E árvores? Pinheiros, oliveiras, azinheiras, freixos, medronheiros, carvalhos, sobreiros, cedros, carrascos, eucaliptos. Vimos mais árvores na parte final do trail, junto a Pragança, mas já lá vamos.


Subida à Serra – 2º Abastecimento


Esperava-nos uma longa e ingreme subida por uma calha estreita à base de calcário, mas finalmente já estávamos por cima do lençol de nuvens... e a paisagem era deslumbrante! Lembrei-me da canção dos Gaiteiros de Lisboa: “Subir, subir ind’hei de conseguir…”, mas o resto da música não tem a ver com trails.

(mas afinal vieram correr ou fotografar?)

Subimos, subimos, fotografamos, fotografamos e chegamos à cumeada, e contornamos até chegarmos ao topo, onde se situam as ruinas do antigo convento Dominicano.

(subir, subir)

Depois começamos a descer, no início foi um alívio mas depois foi toda uma nova sensação. Num trilho, feito pelos Dominicanos há séculos, bem polido do uso secular, tentava não derrapar e exclamo para mim próprio – “olha, nunca tinha usado estes músculos anteriores das pernas na corrida”.

(pelo Convento)


Batemos o pé no alcatrão e, como que por condicionamento pavloviano, pusemo-nos a correr rua abaixo… mas perdemo-nos do percurso… e lá nos reencontramos… afinal não era para ir pela estrada, era mesmo para ir por um trilho minúsculo no meio do mato.

(Real Fábrica de Gelo)

Mais à frente, chegamos à Real Fábrica de Gelo, não sem antes ser corrigidos no caminho por um grupo de bombeiros que lá se encontrava. E foi aqui que deixámos o Joel para trás. Passamos pelo museu local, literalmente pelo meio do museu, e na direcção de um frondoso bosque de cedros. A sombra da copa dos cedros por ser tão densa, é sempre um alívio de frescura. E finalmente chegámos ao 2º abastecimento. Altura para fazer um ponto de situação… Sentia-me bem e principalmente


SENTIA-ME NO TOPO DO MUNDO, QUERO FAZER ISTO PARA SEMPRE!

Lá tivemos direito a água, salgadinhos e marmelada, que me souberam tão bem.


Volta na Serra – 3º Abastecimento


Seguiu-se uma volta larga na serra, a meio da qual se partiria o percurso entre o grande e o mini trail. Iniciamos a correr em descida até um ponto onde se tornaria impossível correr sem dar um tralho, após alguns kms avistavam-se as placas que SEPARARIAM OS HOMENS Grand Trail para a direita - DOS RATOS - mini trail para a esquerda... Viramos para a esquerda.



Efetuada esta separação, fomos voltando à esquerda , pouco depois

à esquerda novamente e recomeçamos uma longa subida. Se até à altura me tinha sentido bem fisicamente, começava agora a sentir alguma dificuldade cada vez que recomeçava a correr. As pernas custavam a responder e começava a ter sensações “esquisitas” nos tornozelos.

Voltamos ao ponto do 2º abastecimento e a organização mandou-nos continuar para a direita com o aviso: "CUIDADO QUE É UMA DESCIDA MUITO TÉCNICA!". Iniciamos a descer com algum receio e logo reparamos que nos enganámos... perdão, enganei-me no caminho. Voltamos para trás, descobrimos qual era o trilho que era suposto estarmos a correr e reiniciamos.

Assim fomos pulando e correndo, correndo e pulando até chegar a uma cumeada. A vista lá de cima era inebriante. Já se avistava Pragança... cheirava a meta!

Mas primeiro apanhei uma lição sobre descidas técnicas. Tratava-se de uma ribanceira muito ingreme, com um trilho mínimo rodeado por arbustos e atapetado com raízes e pedras pequenas de calcário. A receita perfeita para uma queda épica.

Já com uma nova parceira de circunstancia, a Catarina, resolvi descer pé ante pé, com muito cuidado porque qualquer tropeção daria direito a um tralho de várias dezenas de metros quando de repente o nosso grupo de 3 pseudo-corredores ouve um grito: "ABRAM ALAS!" Estávamos nós com tantos cuidados e passa por nós um corredor profissional a sprintar falésia abaixo e nós estupefatos... apazurdidos... de queixo caído. Como era possível, o homem era doido.

No final da descida e depois de alguma ginástica - a idade não perdoa - fui obrigado a passar por tuneis improvisados, criados por baixo de alguns eucaliptos caídos desde a última tempestade.

A ravina de calcário deu lugar a uma floresta de árvores mediterrânicas: sobreiros, azinheiras e medronheiros, com os ramos vestidos com longas mangas de musgo tecidas. O sol deu lugar à sombra das árvores e o ar seco deu lugar a um respirar aliviado e humido. Parecia que tinha entrado numa antecâmara de um templo e as orações eram feitas não com palavras cantadas mas com o esforço das pernas.

Se bem que a mudança de ambiente foi muito agradável, mais uma vez tínhamos árvores de copa baixa a apontar a ramagem ao nível dos meus olhos. Desta vez, acho que só apanhei três estaladas arbóreas na cara. Já não tinha coordenação motora para me conseguir desviar.

Para complicar, também as pedras do caminho se encontravam cobertas de humidade e musgo, como se, e pese embora o leito do vale seja de calcário, uma pedra porosa, só no pico do Verão secasse. 367 quase-escorregadelas depois finalmente tive de parar de descer… para começar subir a pique, agarrado às raízes e troncos, parecia uma cabra, perdão um cab... vá bode.

E voltamos a descer, a descer, a descer, numa ravina. Doiam-me os tornozelos, doia-me o joelho direito, doia-me os musculos anteriores das pernas e doiam-me as sobrancelhas se fosse preciso. Descemos até ao 3º abastecimento. Novamente água, novamente salgadinhos.

Ultima parte

Já só faltavam três kms para a meta e a partir daquela altura seria sempre em estrada, ou assim pensavamos nós. Decidi não começar logo a correr porque a estrada ainda tinha um declive mas logo de seguida as minhas companheiras arrancaram e eu para não ficar mal na foto, arranquei também.

Porém as minhas pernas já não sabiam correr. Eu não corria, dava uns passitos que parecia que estava a correr, os musculos pesavam-me mas eu obrigava-me a continuar. Rapidamente, se desfizeram as ilusões do alcatrão e voltamos ao estradão.

No estradão por sua vez, eram os tornozelos que não respondiam, não tinham força. A cada torrão de terra, a cada pedra e a cada raiz não reagiam e significavam um potencial tralho em grande. Entretanto a Sofia resolve-nos deixar, já estava farta de tanto sofrimento e desata a correr por ali fora, logo seguida de um profissional dos trails que nos cumprimenta cordialmente, e nós vamos atrás deles.

Todavia, algum deles se enganou no percurso porque logo a seguir o cordial transmutou-se rapidamente num "FO...-SE, CA...LHO" - atenção, não fui eu que disse. Fiquei chocado, não estou habituado a este nível de liguagem...

Voltámos atrás e finalmente entrámos na vila. Mas claro, entrámos pela zona mais dificil. NÃO PODIAMOS TER ENTRADO POR CIMA DA VILA?!?!? tinhamos que entrar por baixo e subir novamente?



Finalmente chegado à recta da meta, vejo um fotografo em posição agachada, parecia um profissional que apontava a sua arma para mim. ERA O RICARDO! Tinha que cumprimentar aquela careca. E encontrei forças para um sprint final até à meta, finalmente... ACABOU!

Resultado final:

Inscrevi-me para 18 kms, na semana da prova anunciaram 20 kms e acabei por fazer 22 kms.

Perdi-me 3/4 vezes no trilho

Levei com 5/6 chapadas arboreas na cara, felizmente não tinha feito a barba durante uns dias o que evitou uma data de arranhões.

Fiz 857.486 quasi-tralhos, desde semi-entorses até derrapanços incompletos.

(e no fim lá conseguimos)

Nunca caí!

3 Horas e 48 minutos


AGORA NÃO QUERO OUTRA COISA!





terça-feira, 15 de abril de 2014

Pipocas, Bananas e Chocapic – Corrida Classica Cascais – Lisboa 2014

É sempre complicado, quando uma prova não tem como local comum o inicio e seu termino.

São as deslocações, é o tempo gasto, é o local para deixar a mochila com a "muda de roupa" e é a organização disto tudo junto.

Mas vale a pena sobretudo para esta corrida. É de facto um itinerário espectacular. E deu para recordar alguns (muitos) quilómetros percorridos na Maratona de Lisboa do ano passado.

Com tudo planificado, fiz-me à estrada. Este ano com a companhia do Eduardo. O resto da malta do JRR estava no Trail de Montejunto ou em casa a descansar.

Primeira Paragem: Belém

Deixámos um dos carros e todo material para o "pós corrida", junto ao planetário. Ainda era cedo e o estacionamento abundava na zona. Uma ligeira bruma teimosa pairava no ar.

Segunda Paragem: Estoril

Decidimos arriscar a marginal como via para a partida. A manhã estava calma e o nevoeiro teimava em não se dissipar. A organização preparava os locais de abastecimento e/ou de passagem de testemunho das estafetas.

Como esta corrida é pouco publicitada e tem um numero limitado de inscrições, é possível montar uma logística sem grandes confusões nem "engarrafamentos". Nada de partidas criticas e chegadas apertadas à meta. E um longo corredor de corrida com espaço para sprints, trotes e passeios. E no entanto é a corrida mais antiga de Portugal. Para mim, é um privilegio fazer esta corrida todos os anos.

Terceira Paragem: Belém

Dado o tiro de partida lá fomos marginal a fora, martelando a borracha dos ténis no asfalto bem tratado da estrada.

O Amigo Eduardo começou-me a falar da véspera. Jogo de futebol e cinema até à uma da manhã. E um balde pipocas. Até aos cinco primeiros quilómetros foi um martírio. Porque doía-lhe as canelas por causa do futebol (são uns heróis, acabam o jogo e não fazem o relaxamento sempre necessário) e porque estava enfartado depois de ter mandado abaixo um balde pipocas salgadas (tipo trituradora molinex).

Eu sabia que quando mais tarde lhe desse a chaves do carro que tinha ficado no Estoril, mais ele tinha que voltar para trás.

E no entanto uma vista maravilhosa assaltava-nos os sentidos. O tempo não estando frio, continuava nublado. Como se quer para uma boa corrida!

A coisa acalmou quando comecei a dar-lhe um "raspanete pedagógico". Estas distancias não são para turismo impulsivo. Pelo menos ………..façam um descanso de véspera!

Passagem nos postos de abastecimento. Sentia-se a excitação de quem estava para iniciar o seu percurso na estafeta.

Ultimo abastecimento, 15 kms e surpresa…………….bananas, maçãs e sumo! Ora ora, isto é uma novidade! Meias Maratonas organizadas pela Xistarca com estes mimos!! Só pode ser por causa da aproximação da época pascal!

Aproveitámos a oferta e ainda tive que ouvir a "resmunguice" do meu colega de corrida por causa do reduzido tamanho da sua banana (por favor, não descontextualizem esta frase, ela é parte integrante deste texto!). Parecia um "calimero da corrida".


A prova estava na sua recta final. Alargámos a passada, mas em ritmo cómodo.

A Torre de Belém já lá se via ao fundo.

O tempo de corrida não era nada de espectacular, mas o objectivo era a distancia e o treino de "passada confortável".

Mesmo antes da meta (uns 50 metros antes) vislumbramos um jovem de joelhos. Terá deixado cair alguma coisa? Ao passarmos por ele notámos uma poça castanha no chão. Alguém junto dele terá dito a palavra Chocapic! Ah carambas………………….uma pratada de chocapics antes de fazer 20 km´s e o vomito ao pé da meta. Isto é Monty Python com Stephen King. Surreal ……….no mínimo!

Próxima Paragem: Estoril

O chato disto tudo é que um dos carros ficou no local de partida. O banho ainda tinha que esperar mais um pouco. Mas valeu a pena………pelo passeio…….e tudo o resto!

 

 

BOA PASCOA PARA TODOS!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Um "cheirinho" do Montejunto Trail 2014 - Fotos


Vai ser apenas um "cheirinho" da prova, só para deitar cá para fora "algumas coisas" :) e sobretudo partilhar com a malta umas quantas fotos :)
Prova dura, muito dura!
Só para se perceber o sobe e desce constante ao longo de 22 kms, vamos olhar para a altimetria:
Pois, até pode não parecer muito, mas se reparamos melhor partimos de uma altitude abaixo dos 100m, ultrapassamos os 600m e na maioria da prova andamos acima dos 300m. Uma subida acumulada de 1010 metros e uma descida acumulada de 860 metros.
Sim, as subidas depois dos 6kms e depois dos 13kms foram muito dificeis, mas para mim o mais dificil foi a descida acentuada depois dos 16kms. Os joelhos e os tornozelos a reclamarem descanso e ao mesmo tempo a terem de trabalhar intensamente.
O mais importante: prova superada! Belo convivio com o Zé e com a Sofia! E foi uma bela viagem por Montejunto!

Chegados a Pragança - Local para deixar o carro, levantar o dorsal e apanhar o autocarro para a partida em Abrigada.

Ainda em Pragança. Boa disposição depois de uma bela viagem de carro à procura de Montejunto e de Pragança!

Em Abrigada, prontos para a partida!

1ªsubida a valer, por volta dos 3kms.

A subir, pronto para "furar" o nevoeiro.

Percurso bem sinalizado, com fitas vermelha e amarela!

Já por cima das nuvens, avistava-se a grande subida (por volta dos 6 kms) . Reparem nas "formiguinhas" por cima da árvore.

Sofia e Zé em grande forma! Obrigado por terem esperado por mim antes do inicio da subida :) Teve mais piada fazer esta subida acompanhado :)

Á direita tínhamos este cenário!

"O je nas nuvens"

Reparem nas turbinas eólicas sobre as nuvens. Belo cenário!

Depois de contornada a encosta, continuava a subida!

Era "só" chegar ali acima e 8kms ficavam feitos!



O "trio maravilha" no alto de Montejunto!

O je na montanha!
A passarmos por umas ruínas.


Por volta dos 10 kms o Zé e a Sofia apressaram o passo e fizeram muito bem. Eu é que não estava com "combustivel" para ir naquelas velocidades :)
Um pouco de sombra das árvores. Soube tão bem!

Aos 13 kms voltámos a subir.

Subida nada fácil!
Vista da serra de Montejunto e algumas localidades ao fundo.

Depois da subida, encontrámos uma grande pedra com indicação de trilhos da montanha.

Mais uma selfie. Grande vista daqui. Pragança era já ali em baixo, mas afinal ainda faltava 6 kms.


Uma descida muito lixada depois dos 16kms. Ingreme, caminho muito estreito e muitos obstaculos pelo caminho. Muito importante a atenção!

Uma bela flor a presentear os aventureiros "perto" do final da prova!


A caminho da meta!
Conto ainda colocar mais uma ou duas fotos (que já aqui estão) da chegada a Pragança. Tivemos o Amigo Ricardo a felicitar-nos na chegada e a tirar umas fotos ao pessoal :)

A chegar à meta! Ao fundo vê-se uma parte da montanha!

Grande Team!

Grande aventura!