Para este fim de semana queria, e sabia que precisava, de
fazer séries. Já não as faço há muito tempo, e para alem disso sinto-me a ficar
pesado e lento. Cheio de determinação
dirigi-me ao Estádio Universitário de Lisboa e comecei a fazer um aquecimento
de cerca de 3 kms antes de começar a dar à sola.
O calor sempre teve um efeito em mim, ou melhor vários efeitos, as sabem daqueles
dias em que o nosso corpo não apetece nada correr, em que os músculos não são
músculos mas sim gelatina, e nós mal conseguimos correr quanto mais sprintar ou
fazer séries e a única coisa que nos apetece fazer e parar, deitar e
dormireeeeeeeee ......zzzzzzzzzzzzzz ............... sabem? digam que sim para
me fazer sentir melhor. Nunca se diz que
não aos malucos.
Para além disso, as casas de banho da piscina do Estádio
estavam encerradas e como estava tudo contra mim, interrompi o treino. E fui
para onde? mesmo não correndo a grandes
velocidades havia ali perto um sitio que sempre me recebeu de braços abertos,
ou melhor de ramos abertos. Não não foi Almada, fui para Monsanto.
Estacionei no Jardim do Calhau, liguei o relógio, e por
baixo daquelas abóbodas de pinheiros mansos passava um brisa calma que
desabafava o ar irrespirável que encontrei no EUL. Por baixo daquelas sombras,
lá dei as voltas habituais para aquecer e resolvi fazer a ligação com a Mata de
São Domingos de Benfica. Percorri com prazer o seu longo estradão até chegar
quase à Embaixada do México e depois voltei para trás.
À medida que voltava, vi a aproximar-se perigosamente um
entroncamento com um trilho que costuma ser o meu ponto de partida para maiores
aventuras. Não levava ténis de trail (quer dizer sapatilhas para o pessoal a
norte do Mondego) , e só queria fazer um passeio de 10 kms para queimar
calorias e tinha algum receio de me entusiasmar, mas no final do trilho, em vez
de seguir para o próximo, e por ai a diante, conseguir ter o bom senso de
voltar atrás para o estradão.
Com uma paragem breve pelo chafariz para beber e despejar
água pela cabeça abaixo, voltei a correr até que no final da saída do parque da
Mata de São Domingos de Benfica vi que o meu trilho preferido me piscava o
olho, e eu como impulsivo que sou, sai do estradão e fui por ali acima.
Foi como matar saudades de um velho amigo, adorei subir em
velocidade, pisar em cima das raízes no chão, sentir as folhas dos sobreiros
por baixo dos pés, fazer curva e contracurva, encontrar um casal de jovens a
fazer amor no chão num canto da floresta (ou sexo, não parei para perguntar se
havia sentimentos à mistura), saltar por cima de um pinheiro, fazer um esforço
final para superar a última rampa e chegar a outro estradão.
Aproveitei o estradão para correr um pouco sem subidas e
recuperar a respiração, antes de fazer outro trilho de BTT por ali acima.
Depois achei que já tinha tido kms de divertimento suficiente e fui naquele
forno brando até ao Jardim do Calhau, para um sprint final. Alonguei paralelamente aos longos raios do por do Sol.
Eu amo a floresta, outros amam a floresta e na floresta. É o calor é o
amor...
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