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quinta-feira, 12 de junho de 2014

Triatlo de Oeiras, um fecho de época em beleza

Depois de uma estreia nervosa em Alpiarça e um desafio épico no Estoril, aguardava com alguma ansiedade a chegada do terceiro triatlo da época, o de Oeiras, na distância Sprint, 750m + 20 kms + 5 kms. Preparei-me bem, pronto a atacar a prova com todas as minhas forças, mas por outro lado queria desfrutá-la de uma forma que não fiz nas duas primeiras provas.



O início da manhã, a caminho de Oeiras, foi assustador. As nuvens bem escuras no céu levantavam a hipótese de uma prova marcada pela chuva e vento, mas à medida que me aproximava da costa o céu foi ficando cada vez mais azul e o Sol brilhava com mais e mais força. À chegada à Praia da Torre estava quase um dia de Verão, com calor, mas o vento mantinha-se. Com isto ao primeiro olhar para o mar dava para ver o que nos esperava, bastante ondulação e uma corrente que dificultaria a entrada no mar.


Como cheguei mais cedo, deu para entrar no parque de transição logo na abertura e preparar as coisas com toda a calma. Como sempre, o lugar do clube era mesmo ao lado do espaço dedicado ao Sporting, e assim vi-me a preparar a bicicleta, ténis e fato ao lado de alguns dos nomes mais fortes do triatlo nacional.

(acho é que a seta estava a apontar para o lado errado...)

O resto da malta do clube assistia ainda à Prova Aberta, pelo que tive todo o espaço do mundo para escolher o meu local. Com toda a calma do mundo, preparei tudo e saí do Parque em direcção à praia, já acompanhado de uns parceiros no triatlo, uns mais experientes que eu, mas outros iniciantes a quem também já ia dando umas dicas.

Natação
Na praia a confusão era grande. O percurso a fazer seria um rectângulo, apontar à primeira bóia, depois contornar em direcção à segunda e regressar depois à praia. A água não estava muito fria, mas dava para ver logo cá de fora que havia muita ondulação. E isso confirmou-se poucos segundos depois de soar o tiro de partida. Passei a zona de rebentação ainda com os pés no chão e só depois dei as primeiras braçadas.



Os meus primeiros metros - já começa a ser uma tendência - são sempre para esquecer. Deixo-me afectar pela confusão inicial, pela temperatura da água, por tudo e mais alguma coisa. Só passados uns bons minutos comecei a nadar de forma mais ou menos normal, mas sentia bem nos braços a corrente que me dificultava a progressão, assim como a ondulação afectava uma braçada regular. Cheguei enfim à primeira bóia, já com a sensação que seria um segmento de natação muito mau. Apontei à segunda bóia, ali bem perto, e começo então a regressar à praia. Nesta altura o ponto de referência passou a ser o portal de saída da água, mas com a ondulação nem sempre o via, o que fez com que iniciasse o percurso numa diagonal, perdendo assim alguns metros. Agora um pouco ajudado pela corrente, lá cheguei à praia e saí da água mais uma vez com um tempo péssimo, de 22 minutos, cinco a mais que na mesma distância no Triatlo de Alpiarça.



Transição #1
Foi a mais difícil transição que tive de enfrentar. O caminho desde a saída da água até à bicicleta era sempre a subir e com uma inclinação nada simpática para quem tinha acabado de nadar 22 minutos. Primeiro percorrer uns 50 metros na areia, depois subir a rampa de saída da praia e depois continuar a subir até ao parque da estacionamento. Pelo meio veio o ponto positivo de um jacto de água proporcionado pelos bombeiros, que ajudou a refescar as ideias.

Sempre a subir, desde a água até ao Parque. Estes conseguiram fazer tudo a correr. Eu fui mais a passo...

Sem conseguir correr muito, lá cheguei ao Parque e só então me apercebi do tamanho do mesmo, ainda para mais a bicicleta estava lá bem longe... Já conseguindo correr um pouco, e com o fato meio despido, cheguei ao meu local, preparei-me rapidamente e já estava de saída. Não faço ideia do tempo, mas deve ter rondado os 4/5 minutos. Nada mau, considerando as circunstâncias.



Ciclismo
O percurso a fazer de bicicleta não era fácil. Consistia em sair da Praia da Torre e ir até Algés, voltando depois pelo mesmo caminho. E, mais uma vez, deu para ver que a Marginal está longe de ser plana. Arranquei muito confiante e cheio de força nas pernas. Ultrapassei logo uns quantos triatletas à saída do parque e ataquei com toda a força. Sentia-me muito bem e nem as subidas para Paço de Arcos e para o Alto da Boa Viagem me fizeram abrandar. Mais uma vez sempre sozinho, sem conseguir integrar um pelotão - ser dos últimos a sair da água dá nisto - puxei e puxei por mim. Fiz o retorno em Algés e, mesmo com o vento de frente, não perdi as forças e continuei a pedalar a um bom ritmo. Fiz a subida da Cruz Quebrada muito à vontade a continuei a ultrapassar pessoal. Ao todo devo ter ganho umas 20 posições no ciclismo, foi de longe o meu melhor segmento e, com 37 minutos, dificilmente teria feito melhor. Era hora de começar a correr.



Transição #2
Fácil, simples e rápida. Sem história.

Corrida
O primeiro quilómetro foi, como sempre, custoso. As pernas estavam pesadas, mas tal como em Alpiarça o ritmo era bom. O percurso consistia em duas voltas, e implicava ir até à praia de Oeiras e voltar até à praia da Torre, com uma subida pelo meio. Quando cheguei à parte da subida já estava confiante e as pernas estavam a um bom ritmo. Na segunda volta apanhei um dos colegas do clube e fizemos esses últimos kms juntos. Sentia-me muito bem nessa altura e corria a um ritmo fantástico. Tivesse sido assim no Estoril e a história teria sido diferente. Fui sempre a puxar nos últimos dois quilómetros e deu até para fazer um pequeno sprint no final. Corrida com 24 minutos, com um ritmo abaixo dos 5 min/km. Excelente.





O balanço deste Triatlo de Oeiras é excelente. Com um tempo de 1h29m, estive a cerca de um minuto do meu melhor tempo na distância, conseguido precisamente em Alpiarça. A natação foi fraca, é verdade, mas perante as condições do mar penso que dificilmente teria feito melhor, tendo em conta o meu nível. A prestação na bicicleta foi excelente, assim como a minha corrida.


Para primeira época não foi mau. Foram três triatlos em menos de três meses e no que a esta modalidade diz respeito, a época deve estar feita. Agora seguem-se as férias, ideais para recuperar forças no corpo e na mente. Em Julho começa a preparação para a Maratona de Lisboa e desta vez quero fazer mais do que apenas terminar. Mas isso fica para outras núpcias.

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