As estrelas tinham-lhe iluminado a
noite muito para além do aconselhável, e resmungou quando o despertador de
domingo o desesperou. Levantou-se e quebrou o jejum com uma série de produtos
nada aconselháveis para desportistas num dia de competição.
Estremunhado e a resmungar com a
vida, vestiu-se à pressa e rumou à zona da Expo, que o recebeu com um bafo
quente dificil de inalar, e uma luz solar que lhe rasgava as pupilas. Eram 9:30
da manhã e uma fina pelicula de suor já cobria o corpo. Aquela zona da cidade
não lhe apelava. Havia excesso de construção para poucas árvores, o alcatrão também
não lhe apelava, era um caminho linear e morto, e tinha saudades das arribas que ainda não
fez.
Obrigou-se a fazer um aquecimento
às articulações, aos musculos e ao coração. Arrastou-se para o portal de
partida. Estava resolvido a fazer a prova o mais depressa possivel porque tinha
vontade de ir para casa e descansar. Não! Estava decidido a fazer a prova o
mais depressa possível porque andou semanas a treinar para baixar o record de
49:16.
Furou, furou, furou mas não
conseguiu partir junto ao portal. Porém pouco a pouco sentia-se mais desperto, com
o coração a bater mais forte no peito ao ritmo dos grupos de bombos que animava
a zona.
Depois da partida teve de fazer
muitos ziguezagues até conseguir correr à vontade. 1º km foi feito nuns
surpreendentes 4:29. De passada larga e a sentir o ar a passar pela cara, seguiram-se
kms feitos a 4:43, 4:56 e 5:01. Não é
que o nosso jovem estava a apreciar a velocidade com que estava a fazer a
prova? e a gostar de dar tudo o que tem?
Mas o calor, o cansaço e os
tuneis moiam o nosso pseudo-heroi. O
Abastecimento pouco mais foi do que uma garrafa entornada pela cabeça e pelas
pernas abaixo para poupar a pele ao efeito crocante do sol e do calor.
Passados os tuneis, passando pela
frente da estação do oriente e do centro
comercial Vasco da Gama, resolveu manter
o ritmo, sempre a passar corredores e fez 4:48, 4:47 e 4:45 até ao 7ºkm.
Depois de voltar para norte junto
da torre da Galp, o calor fez-se notar nas zonas protegidas do vento e as
pernas tiveram um acesso momentaneo de saudades dos lençois com quem tinham
lutado a noite toda querendo fazer as pazes com eles, e o ritmo voltou a
quebrar: 5:04 e 5:00 até ao 9º km.
Decidido a reparar o falhanço dos
kms anteriores o nosso heroi desata a correr que nem um cavalo a 4:15 até ao
final do 10º km e a 3:45/km nos últimos 200 metros.
Com um sorriso no coração e com o
objectivo atingido, contudo tinha uma voz no fundo da nuca que lhe dizia que
podia ter feito melhor e perguntava-se: Mas que será que nunca me consigo
sentir satisfeitos com os meus resultados? Fiz o melhor que podia, dei tudo de
mim, sinto-me orgulhoso.
Agora venham as aventuras de
férias!
Essa voz ainda dizia que deveria ter feito melhor?!?!? :)
ResponderEliminarUm abraço e parabéns!
:):):) Dizia porque eu parei 3 vezes para apertar os atacadores... schiuuu
EliminarGrande epopeia!
ResponderEliminarGostei do "a correr que nem um cavalo!" eheheh
Abraço
Deu-me essa sensação na altura... deve ter sido das endorfinas.
EliminarMuitos parabéns!!!
ResponderEliminarAbraço
Muito obrigado Carlos.
EliminarAbraço e continuação (greg) dos teus bons treinos :)
Abç
Parabéns! Força nesses treinos
ResponderEliminarObrigado, Bons treinos e boas provas
EliminarPortantos...és um cavalo de corrida!
ResponderEliminarAbraço
:D Ui a passar a meta até relinchei!!!
EliminarAbração