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domingo, 9 de dezembro de 2012

Maratona de Lisboa 2012, por Estafetas - 2º Percurso

A entrada para esta prova surgiu como uma brincadeira que depressa foi levada a sério por todos. Somos quatro, eram quatros percursos, era o ideal. Preparámos tudo o que havia a preparar em conjunto, mas todos sabíamos que, ao contrário de outras alturas em que podemos "puxar" uns pelos outros, aqui seria cada um por si. Só nos íamos ver por breves segundos, mas ainda assim a prestação de cada um ia decidir o resultado da equipa.
Ao nível pessoal estava entusiasmado com esta prova. Era uma Maratona por Estafetas, algo diferente do habitual. Porém a coisa não correu tão bem quanto esperava.
A dois dias da prova - na sexta feira - tive uma pequena gastroentrite, o que me provocou... bem... acho que sabem o que isso provoca, certo? Porém o sábado tinha de ser de boa alimentação, para poder aguentar os 11 quilómetros da minha parte das estafetas. Não sei se fiz mal ou não, mas fiz a alimentação que seria suposto fazer de véspera. Domingo de manhã não acordei a 100 por cento. As dores de barriga tinham voltado, ainda que longe da intensidade de sexta-feira, mas o suficiente para não me deixarem complemente à vontade. Se fosse uma prova individual é possível que tivesse ficado por casa. Assim, tinha de me fazer à estrada para defender as cores da equipa.
A chegada ao ponto da transição dos 10 quilómetros foi tranquila. Não havia muita confusão e foi fácil de estacionar o carro. Mas assim que me instalei no meu lugar à espera do Joel depressa percebi que aquele era um péssimo ponto de transição. Numa descida e em curva, o que implicasse que quem estava à espera, ou quem vinha a correr, não conseguisse ver mais de 10 ou 20 metros à frente. Gerou-se alguma confusão e foi quase por acaso que eu e o Joel demos um pelo outro.
Lá arranquei e, para minha surpresa, a minha barriga não se queixou. Assim consegui colocar um ritmo abaixo dos 5min/km durante os primeiros quatro quilómetros. Mas depois manifestou-se com dores agudas. Pensei mesmo que teria de parar, que iria vomitar. Não estava mesmo nada bem.
O percurso, contudo, ajudou. Consegui aguentar estas dores até ao El Corte Inglés e a partir daí seria sempre a descer. Com maior ou menor dificuldade lá fui a um ritmo a rondar os 5min/km até chegar ao Terreiro do Paço. Depois era uma questão de tempo até passar o testemunho ao Ricardo. Sentia-me bem e consegui aumentar o ritmo até avistar o ponto dos 21 kms. Aqui a transição estava melhor colocada. Consegui avistar o Ricardo - e ele a mim - a uns bons 100 metros, o que deu para que ele se posicionasse logo para receber o tal "elástico." Terei feito o percurso num tempo a rondar os 55/56 minutos.
O pós-prova foi, para mim, o mais penoso. Estava de tal forma mal-disposto que nem consegui beber água ou comer qualquer coisa - mesmo que conseguisse não o podia ter feito, uma vez que a organização não providenciava nada, além de água, a quem terminava as estafetas. Arrastei-me até ao metro e só aí recuperei. Só que, sentado na carruagem durante uns bons 25 minutos, arrefeci. E quando saí para a rua em Telheiras quase gelei. Nem a roupa térmica me safou...

Em geral gostei da prova, mas isto das estafetas é algo que não tenciono repetir. É verdade que cada um corre por si, mas a parte boa das provas passa muito pelo convívio entre o pessoal. Vamos juntos, partimos juntos e depois de cortarmos a meta voltamos a estar juntos. Desta vez não houve nada disso. Era "Olá tudo bem? Força!" e já estava...
 
PS1: Muitos reparos à organização... Foi a segunda prova de grande envergadura em que participei, depois da Meia-Maratona da Ponte Vasco da Gama, e não há comparação possível... Aquele impermeável oferecido é o quê? Um saco plástico com buracos, basicamente...
 
PS2: Experimentei levar a minha câmara num arnês da GoPro. Não correu bem. Não é comodo para correr, embora não possa dizer que tenha afectado a minha perfomance. Se o filme ficasse bom esse desconforto era contornável, mas não. A câmara acompanha literalmente o movimento corporal da passada, de um lado para o outro, e o vídeo fica quase imperceptível. Ainda assim já estou a tratar do vídeo report. Uma vez feito não se deita fora, claro.

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