Coube-me o 4º percurso da Maratona de Lisboa em estafetas. Fazendo parceria
com o grupo do blog JRR Desporto, estava apontado que a passagem de testemunho seria
feita lá para as 11h45, para os lados de
Belém.
Equipado com uma camisola interior, porque o frio era muito e o sol
mostrava-se a espaços, decidi chegar um pouco antes da “hora marcada” (com os
cumprimentos da “patroa” que logo depois de me ter deixado, decidiu dar uma
volta no IKEA …agora imaginem a que horas almocei !!!).
Aproveitei para fazer o aquecimento até ao local das estafetas e logo me
cruzei com o Ricardo que em grande velocidade se dirigia para a curva que iria
direcioná-lo para a parte final do seu trajeto.
Fixei “poiso” no local das transições.
A seguir foi um conjunto de momentos característicos de uma corrida em
estafetas:
- Momento “Bolas….que o gajo nunca mais chega!”.
Pode ter sido apenas 10 minutos, mas pareceram horas, até ver o Ricardo de
elástico na mão (não, não havia nenhum problema com os calções do Ricardo, o
elástico era uma espécie de pulseira que iria servir de passagem de
testemunho).
- Momento “Açúcar para quem começa, potássio para quem chega!”.
Quando vi o Ricardo decidi comer o meu mini KitKat para começar logo a
queimar açúcar “fresquinho” e prevenir alguma caimbra mais chata no Ricardo
(que ainda tinha um longo caminho até a casa). E afinal, uma banana sabe sempre
bem depois de uma prova!
- Momento “Então companheiro….isso vai?”
Comecei a passar os colegas da secção que faziam a maratona. Para eles
tinha sempre a preocupação de perguntar se estava tudo bem. Para o Carlos e o
André, para alem da preocupação, relembrei-lhes o cozido à portuguesa da
passada 4ª Feira. Para alem, de uns sorrisos o André ainda disparou um flash.
Uns heróis, esta malta porreira, qualquer dia espero, também, estar a somar 42
km de uma só vez!
- Momento “União Europeia”
Nesta corrida escolhi a Itália como alvo da minha estima e simpatia “em bem
receber”. Coincidência…..só apanhei corredores nativos do sexo feminino (vá se
lá saber porquê!!!). Soprei-lhes sempre um “Forssszzzaaa” quando passava por
elas. Estavam tão cansadas que apenas soltavam uns “Buuffssss”. Se calhar era
algo em Italiano!
- Momento “O quê?? Também corres!!”
Pois, cada vez mais a corrida tem mais aderentes. Desta vez encontrei
………..o meu vizinho da frente!. E estava a correr os 42 km. Grande surpresa!.
Quem sabe um parceiro de treinos de corrida no futuro! ….quem sabe….
Momento “Então mas a subida nunca mais acaba??”
Virei no Terreiro do Paço, fui até à Praça da Figueira, dirigi-me para o
Martim Moniz e comecei a Almirante Reis. Tudo calmo, tudo seguro. Não é uma
subida acentuada mas, “farta que se farta”!. A meio já ia “empanturrado” da
longa subida. Passei o Intendente, passei os Anjos e cheguei à Alameda. A coisa
piorou, pois a subida aumentou. Alguém disse que a subida acaba lá ao fundo,
onde está o autocarro. Eu já deveria ter experiencia de que normalmente estas
referencias são apenas para beneficio psicológico. Mesmo assim, decidi
acreditar. Passei o autocarro e ainda havia mais subida. Não havia tempo a
perder com resmungos. E a Almirante Reis estava a acabar. Mesa de abastecimento
mesmo na entrada para a João XXI. Não sei se foi a agua, se foi o fim da
subida, ou das duas coisas, o certo é que o animo voltou.
Momento “Então mas ainda mais meio estádio!!??”
Falta 2 km, falta 1 km. A distancia da Maratona era a mesma das estafetas e
portanto “guiava-me” pelas informações marcadas para os maratonistas. As retas
infindáveis davam lugar as curvas rápidas. Uma curva, e a seguir começo a ver
de “esguelha” o edifício da REN. Era a minha referência de que o “passeio”
estava a acabar. Entro no complexo da Inatel, passo por umas “balizas” que
penso ser a meta. Nada disso, ainda faltava meia volta no “tartan” e lá fui ….
Por fim, dirijo-me para o carro. As 4 medalhas de participação fazem-me
lembrar os rebanhos de ovelhas no Alentejo. Demorei cerca de 59 minutos na
minha prova. Sinto-me mais desapontado que cansado. Meto a mão ao bolso e tiro
de lá um papel pequeno.
Na véspera, tive o jantar de Natal da empresa. O meu lugar foi o 57. Quando
me sentei e olhei para o papel identificativo do lugar, assumi de forma
consciente, que esse poderia e deveria ser o meu tempo nas estafetas. Falhei
por 2 minutos. Falhámos o top 100.
Tive para deitar o papel fora.
Agora tenho-o à vista lá em casa.
Ficou a lembrança de uma manhã de domingo bem passada, a correr com amigos
e desconhecidos. Sabe sempre bem!
Mas espero, daqui a 1 ano, com um sorriso nos lábios, deitar o papel fora!
Gostei particularmente dos momentos:
ResponderEliminar-“Açúcar para quem começa, potássio para quem chega!”
-“União Europeia”!!
PS: Epá, eu não demorei assim tanto!!!