Desde já esclareço
que não é meu objectivo valorizar ou desvalorizar qualquer clube ou qualquer
grupo de pessoas, mas sobretudo abordar a questão da atitude.
Vi apenas alguns
minutos deste jogo mas deu para compreender aquilo que li hoje num artigo do Sapo
intitulado “O futebol-paixão esteve nas bancadas do Dragão”. De um lado o FC
Porto, favorito na eliminatória, do outro lado o Eintracht Frankfurt, uma
equipa alemã (com história) que está classificada no 15º lugar do campeonato alemão
mas a fazer uma boa campanha na Europa.
Logo à partida, cerca
de oito mil adeptos do Eintracht Frankfurt compareceram no estádio do Dragão
para apoiar a equipa alemã. O total de espetadores no estádio foi de “apenas”
25000. 8 mil adeptos de uma equipa que no seu campeonato está a lutar para não
descer de divisão num jogo fora de casa no estrangeiro e a meio da semana?
Incrível! E não só compareceram como apoiaram a equipa de início ao fim!
No jogo em si
estiveram a perder por 2-0 e ainda conseguiram empatar.
Li o seguinte: “os
adeptos do Eintracht não estiveram no Dragão só a marcar presença. Eles
cantaram, vibraram e até cantaram ao desafio entre eles, sempre em clima de
festa, por pura paixão ao desporto”.
“Do outro lado, o público portista limitava-se
a apupar os jogadores, do FC Porto, e a gritar sempre que estavam em desacordo
com a equipa da arbitragem”. Tradicionalmente em Portugal, seja qual for o
clube, é isto que acontece quando os jogos correm menos bem à sua equipa.
Será que algo
semelhante só acontece em Portugal nos estádios de futebol ou também acontece em
empresas, estradas, ruas, supermercados ou até em algumas casas? O que acontece
quando as coisas correm menos bem? Todos reclamam? Procuram-se “culpados”? Há
críticas e julgamentos? Há respeito? Há tolerância? As pessoas apoiam-se e são
solidárias umas com as outras? Procuram-se soluções?
Parece-me que seria
desejável que em Portugal se passasse a criticar menos e se julgar menos. Isto
não significa que não devemos ser exigentes e responsáveis (sobretudo com quem
governa a sociedade), antes pelo contrário. Uma cultura de exigência e
responsabilidade colocada em prática provavelmente contribuiria com que o foco
da sociedade fossem as soluções.
Porque não, ser
exigente e ao mesmo tempo ser tolerante. Não confundir tolerância com fraqueza,
pois são coisas completamente diferentes.
Em 1º lugar sermos
tolerantes com nós próprios. Podem existir momentos menos bons, mas podemos nos
lembrar que há sempre aprendizagens a tirar e que temos capacidades (dentro de
nós) para lidar com as situações em vez de “lutarmos contra elas”. No meio da
situação claro que por vezes não é fácil ter o discernimento necessário (e
acontece por vezes a todos) mas vale a pena nos lembrarmos que cada ser humano
tem muito valor e lembrando isso a atitude pode ser muito melhor e ficamos a
nos sentir muito melhor J.
Divirtam-se J!
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