Páginas

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Eu e as greves!

Há sete anos que trabalho no centro de Lisboa. No Marquês de Pombal, mesmo. Mais no centro do que isto era impossível. Depois de quatro anos em Cascais/Sintra, a pegar no carro todos os dias, a fazer 70 quilómetros, muitas vezes em fila, gastar rios de dinheiro em gasolina e portagens, quando vim trabalhar para Lisboa suspirei. Não só iria poupar dinheiro, como a minha paciência. Há poucas coisas melhores do que entrar no Metro à porta de casa e sair do Metro à porta do trabalho.
O pior é que em sete anos muita coisa mudou. O passe aumentou - custava 27€ e agora já vai em 42€ - e o Metro piorou o serviço. São perturbações, são avarias, atrasos, carruagens cheias e depois ainda há as... greves! E são cada vez mais. Antes era uma por mês, agora já fazem uma por semana. Estou farto. Na semana passada passei quase 3 horas dentro do carro, ora a chegar e a sair de Lisboa, ora a estacionar o carro. E ainda paguei quase 10€ em parquímetro. "Para a próxima venho de bicicleta." Dito e feito.
Perguntei no local de trabalho se podia entrar com a bicicleta - "Claro, sem problema", foi a resposta - e nesta segunda-feira fiz-me à estrada. Odivelas - Marquês de manhã; Marquês - Odivelas à noite. Nem tudo foi perfeito, mas foi muito bom
 
O dia estava frio - cerca de 10º -, mas estava Sol. Confesso que não sabia bem que roupa devia levar. Por um lado transpiro muito, mas por outro estava frio. E pedalar com roupa do dia-a-dia é diferente de pedalar com roupa desportiva. Mas também não era um treino, mas sim uma forma de chegar ao trabalho.

A ida para Lisboa foi muito boa. 12 kms com 184m de acumulado, feitos em 51 minutos. Sempre com muita calma, aproveitando as ciclovias e respeitando as regras de trânsito. Quando cheguei notei que talvez tenha levado muito roupa. Estava um pouco quente e a suar, mas tirei a tshirt que levava por baixo da camisola e fiquei bem.
 
 
O regresso a casa foi diferente. Sabia que em casa havia um chuveiro, pelo que podia "esticar-me", mas o percurso também era mais fácil. O inicio é que não. Subir ao alto do Pq. Eduardo VII a frio não foi fácil e quando cheguei lá acima já estava bem quente. Fiz o resto do caminho até à Pontinha sempre por ciclovia, até que comecei a aproveitar totalmente as vantagens da bicicleta. O trânsito entre a Pontinha e Odivelas era tal que devo ter ultrapassado mais de 100 carros. Cheguei a casa em 45 minutos, fruto de um percurso mais fácil, mas também porque acelerei um pouco.
 
 
O balanço é fantástico. Mas é uma experiência a repetir... poucas vezes. Quando se fala em andar de bicicleta em Lisboa, fala-se nas subidas e descidas. Eu prefiro falar do... clima! Com estes 10º, e com uns ajustes na roupa, acredito que conseguisse fazer isto mais vezes, mas - convenhamos - Portugal é um país com temperatura amena em 10 meses do ano. E, no que me toca, com temperaturas acima dos 15º chegaria ao trabalho a suar em fio. E isso não me parece muito viável. Seria um bom treino diário, é verdade - sempre foram 24 kms -, mas talvez não seja a opção mais prática. Ainda para mais feito com uma bicicleta de BTT. É verdade que me permitiu subir passeios à vontade, e até fazer um pouco de BTT para contornar carros em locais em que a berma era em terra, mas para levar para junto da secretária, subir escadas, entrar em elevadores, só uma bicicleta dobrável serviria.
 
Em termos de tempo... A viagem de metro são cerca de 20 minutos. Talvez espere entre 5/10 minutos em média pela chegado do metro, mais o tempo de estacionar o carro junto à estação, o caminho de e para a estação... calculo que tudo isto me custe uns 40 minutos. Se virmos que, com calma, demorei 51 minutos, a diferença não é grande.
 
Talvez repita na próxima greve. Já em Janeiro provavelmente...

1 comentário: