E esta Color Run Lisboa não é excepção.
Se por um lado foi uma grande apontaria escolher (talvez) o
dia mais quente do ano (o São Pedro não foi meiguinho não senhor), por outro
lado a extensão de 5 km provocava uma procissão que se estendia pelo parque das
nações a dentro.
A ideia da prova é excelente, a serio!
Para a geração dos trintões, como eu, pensem bem: Se tivéssemos
oportunidade na nossa adolescência, de pegar nos nossos amigos, formar uma
equipa e dar um passeio, ao mesmo tempo que nos pintávamos e nos “afogávamos” em
cores vivas e pó mágico, não seria uma tarde espectacular? Claro que sim!
Mas não havia necessidade de chamar a este “passeio colorido”,
uma corrida!
Não foi uma corrida!
Basicamente, a Color Run Lisboa está virada para o público
adolescente, não se trata de uma corrida! Os primeiros namoros, o grupo de
amigos da discoteca, a boleia do papá que pagou os 23 euros e que ficou á
espera no Vasco da Gama para depois voltar para casa com o rebento (que queria
ficar mais um bocado), tudo isto cabe nesta actividade vespertina.
A coisa começou logo a correr mal quando a protecção civil “obrigou”
ao adiamento da partida para as 19h (inicialmente 17h30). Logo aqui perdemos a
companhia do Zé, que já tinha coisas combinadas para o final da tarde.
Segui então com o Eduardo R para o local de partida (que
seria o local de chegada). Mas como a organização já tinha fechado as estradas próximas,
tivemos que fazer quase 2 km a andar, na torreira do calor, desde o carro e o início
da corrida.
Ora então como despachar 23.000 pessoas para o passeio? A opção
da organização foi utilizar "as vagas". Portanto mais 40 minutos para chegar
ao início da partida.
Éramos a vaga 12!
Com a partida efectuada, sinceramente apetecia-me tudo menos
andar. Mas os pórticos das cores estavam com distância de 1 km entre elas, portanto
metemo-nos a caminho.
A passagem nos pórticos coloridos de facto era engraçada,
muita música, animação e muita muita cor! Mas a organização devia ter percebido
que a pintura corporal que toda a gente queria ganhar, tem que ser feita com
uma certa humidade na vestimenta e pele. De outra forma o pó colorido,
abundantemente distribuído nas várias fases da prova, não pega e não fica
agarrado nos participantes. Pensei que a situação seria ultrapassada no pórtico
2 (A cor azul), mas o chuveiro estupidamente pequeno e pouco intenso deu apenas para
molhar a ponta do nariz.
E assim lá fomos nós por aquele “caminho abaixo”. Já tínhamos
passado pelos pórticos 1 (laranja) e 2 (azul). A caminho do pórtico amarelo, um
dos pontos altos da procissão. De repente do meio do nada, a onda adolescente pôs-se a cantar a musica
do Dragon Ball, literalmente de fio a pavio. Temi o pior! Temi que enveredassem
pelos Sábados de manhã da SIC, com a Ana Malhoa e o seu tema sopa de letras (“ ….primeiro
vem o A …..A A A, e a seguir vem o E…..E E E, e depois vem o I…….), acho que
quando vi toda aquela cor amarela e o respectivo pórtico a aproximar-se….respirei
fundo e agradeci aos deuses tal ajuda divina. Ou se calhar não fiz nada disso e
corri que nem um louco para o meio daquela cor. Já nem me lembro!
Entretanto “o coro de Santo Amaro de Oeiras” revoltado por
não conseguir ficar “embutido” com tal cor…..manda-se para o chão e começa-se a
espojar naquele pó! Por momentos pareceu-me estar num qualquer acto de
exorcismo conjunto! Fugi dali.
E assim chegámos ao último pórtico antes da “meta”, recebi o
banho cor-de-rosa e cansados lá fomos para o final.
Estava combinado uma apoteose no final. Tinham-nos pedido
para guardar o nosso saco de pó colorido para o podermos usar nesse altura.
Acho que não merecíamos isto. Quando chegamos ……como descrever o que
vimos??!!
O espaço combinado para o “ajuntamento” estava quase deserto,
alguns jovens na barraca das farturas, outras na barraca de um patrocinador. Ao
fundo uma cantora qualquer cantava e era acompanhada por um guitarrista que
devia estar a pensar que estava a tocar xilofone!
Muito mau. Olhei para o relógio. 21h15. Olhei para o saco
que continha o pó. Apeteceu-me sufocar-me com aquele pó demoníaco (e ainda por
cima verde, se fosse vermelho ainda poderia usar numa qualquer noite no Marquês
de Pombal).
Mas porquê 5 km´s?
tinham feito uma distância menor, com os mesmos pórticos, menos estradas
cortadas, e o grupo estaria completo para a parte final!
Precisava de tirar toda aquela desilusão dentro de mim!
Sem problemas, tinha mais 2 km de volta ao carro! E lá fomos
nós fazer o processo de recalcamento em passo apressado porque bem vistas as
coisas ……….ainda nem sequer tínhamos jantado!
Felizmente ainda era Sábado!
E fotos disso, não se arranja?
ResponderEliminarUma das afinações que a organização precisa é a da limpeza. No dia seguinte era vestigios da corrida por todo o lado(não estou a falar das cores que até davam outro colorido à paisagem), para não falar do mau cheiro dos wc´s portateis junto à foz do Rio Trancão.
ResponderEliminarContinuação de boas corridas.
Tiveste mesmo azar com a tinta que te calhou... :)
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