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segunda-feira, 8 de julho de 2013

The Color Run Lisboa - Morangos com Açúcar e topping Pó de Milho

As primeiras edições têm sempre coisas para afinar.
E esta Color Run Lisboa não é excepção.

Se por um lado foi uma grande apontaria escolher (talvez) o dia mais quente do ano (o São Pedro não foi meiguinho não senhor), por outro lado a extensão de 5 km provocava uma procissão que se estendia pelo parque das nações a dentro.

A ideia da prova é excelente, a serio!

Para a geração dos trintões, como eu, pensem bem: Se tivéssemos oportunidade na nossa adolescência, de pegar nos nossos amigos, formar uma equipa e dar um passeio, ao mesmo tempo que nos pintávamos e nos “afogávamos” em cores vivas e pó mágico, não seria uma tarde espectacular? Claro que sim!

Mas não havia necessidade de chamar a este “passeio colorido”, uma corrida!
Não foi uma corrida!

Basicamente, a Color Run Lisboa está virada para o público adolescente, não se trata de uma corrida! Os primeiros namoros, o grupo de amigos da discoteca, a boleia do papá que pagou os 23 euros e que ficou á espera no Vasco da Gama para depois voltar para casa com o rebento (que queria ficar mais um bocado), tudo isto cabe nesta actividade vespertina.

A coisa começou logo a correr mal quando a protecção civil “obrigou” ao adiamento da partida para as 19h (inicialmente 17h30). Logo aqui perdemos a companhia do Zé, que já tinha coisas combinadas para o final da tarde.

Segui então com o Eduardo R para o local de partida (que seria o local de chegada). Mas como a organização já tinha fechado as estradas próximas, tivemos que fazer quase 2 km a andar, na torreira do calor, desde o carro e o início da corrida.

Ora então como despachar 23.000 pessoas para o passeio? A opção da organização foi utilizar "as vagas". Portanto mais 40 minutos para chegar ao início da partida.
Éramos a vaga 12!

Com a partida efectuada, sinceramente apetecia-me tudo menos andar. Mas os pórticos das cores estavam com distância de 1 km entre elas, portanto metemo-nos a caminho.

A passagem nos pórticos coloridos de facto era engraçada, muita música, animação e muita muita cor! Mas a organização devia ter percebido que a pintura corporal que toda a gente queria ganhar, tem que ser feita com uma certa humidade na vestimenta e pele. De outra forma o pó colorido, abundantemente distribuído nas várias fases da prova, não pega e não fica agarrado nos participantes. Pensei que a situação seria ultrapassada no pórtico 2 (A cor azul), mas o chuveiro estupidamente pequeno e pouco intenso deu apenas para molhar a ponta do nariz.

E assim lá fomos nós por aquele “caminho abaixo”. Já tínhamos passado pelos pórticos 1 (laranja) e 2 (azul). A caminho do pórtico amarelo, um dos pontos altos da procissão. De repente do meio do nada,  a onda adolescente pôs-se a cantar a musica do Dragon Ball, literalmente de fio a pavio. Temi o pior! Temi que enveredassem pelos Sábados de manhã da SIC, com a Ana Malhoa e o seu tema sopa de letras (“ ….primeiro vem o A …..A A A, e a seguir vem o E…..E E E, e depois vem o I…….), acho que quando vi toda aquela cor amarela e o respectivo pórtico a aproximar-se….respirei fundo e agradeci aos deuses tal ajuda divina. Ou se calhar não fiz nada disso e corri que nem um louco para o meio daquela cor. Já nem me lembro!

Entretanto “o coro de Santo Amaro de Oeiras” revoltado por não conseguir ficar “embutido” com tal cor…..manda-se para o chão e começa-se a espojar naquele pó! Por momentos pareceu-me estar num qualquer acto de exorcismo conjunto! Fugi dali.

E assim chegámos ao último pórtico antes da “meta”, recebi o banho cor-de-rosa e cansados lá fomos para o final.

Estava combinado uma apoteose no final. Tinham-nos pedido para guardar o nosso saco de pó colorido para o podermos usar nesse altura.

Acho que não merecíamos isto.  Quando chegamos ……como descrever o que vimos??!!
O espaço combinado para o “ajuntamento” estava quase deserto, alguns jovens na barraca das farturas, outras na barraca de um patrocinador. Ao fundo uma cantora qualquer cantava e era acompanhada por um guitarrista que devia estar a pensar que estava a tocar xilofone!

Muito mau. Olhei para o relógio. 21h15. Olhei para o saco que continha o pó. Apeteceu-me sufocar-me com aquele pó demoníaco (e ainda por cima verde, se fosse vermelho ainda poderia usar numa qualquer noite no Marquês de Pombal).

Mas porquê 5 km´s?  tinham feito uma distância menor, com os mesmos pórticos, menos estradas cortadas, e o grupo estaria completo para a parte final!

Precisava de tirar toda aquela desilusão dentro de mim!

Sem problemas, tinha mais 2 km de volta ao carro! E lá fomos nós fazer o processo de recalcamento em passo apressado porque bem vistas as coisas ……….ainda nem sequer tínhamos jantado!  


 Felizmente ainda era Sábado!

3 comentários:

  1. Uma das afinações que a organização precisa é a da limpeza. No dia seguinte era vestigios da corrida por todo o lado(não estou a falar das cores que até davam outro colorido à paisagem), para não falar do mau cheiro dos wc´s portateis junto à foz do Rio Trancão.
    Continuação de boas corridas.

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  2. Tiveste mesmo azar com a tinta que te calhou... :)

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