Páginas

segunda-feira, 13 de abril de 2015

33ªCorrida dos Sinos - Ai os meus bronquios

(O Pedro Pimenta, a Rita Carvalho e depois eu)


Estava completamente sozinho quando entrei no IC 19 e me pus a caminho de Mafra, as longas sombras espreguiçavam-se lançando sombras sobre como seria a minha corrida naquele dia. A 33ª edição da Corrida dos Sinos

Não estava confiante, tinha passado a semana anterior com uma maldita tosse com expectoração (demasiada informação?) e só à segunda tentativa é que os médicos acertaram na medicamentação. Ainda assim havia uma comichãozinha cá dentro do peito que me deixava desconfiado.

Foi ainda com uma nuvem negra que me ensombrava quefui levantar os dorsais no excelente equipamento desportivo que constitui o parque municipal de Mafra. Ainda por cima esqueci-me do boné com este sol todo a bater em cima da minha careca. Ai se a minha mãe sabe disto...

Quase não aqueci e fui ter com o sempre animado grupo dos Surf Runners junto à partida. Compactados uns contra os outros, começo a andar e pouco depois lançam a manada de corredores pelo portal de partida.

Subindo até ao Convento de Mafra, vou-me defendendo num ritmo baixo que me permita controlar a respiração. Decido ir com o Pedro Pimenta e com a Rita Carvalho, se bem que rapidamente me deixaram para traz. Junto ao convento os pulmões começam a avisar-me com ameaços de tosse.

Dentro de mim, ouço uma voz de um lado a dizer "Eu bem te avisei que não estavas capaz" e outra do outro a dizer "Zémi, Ai de ti que desistas!". Entre uma que me mandava abaixo e outra que puxava por mim, resolvi acompanhar esta segunda, o que fariam vocês?

Sim, você aí, o leitor que está a ler o texto neste momento, sim desse lado do ecrã, o que é que você fazia? Diga-me! Deixava-se ficar acomodado por uma voz que o deixa em baixo, ou segue uma voz que o apoia?

Depois da saida de Mafra, passamos por Paz, essa calma localidade, e começamos a descer por vilarejos saloios à medida que os kms se acumulavam, passando pelo Sobreiro onde tinha comido uma fartura e dançado "baile"... se tivesse companhia e até à Achada.

A partir daí começa uma longa subida que me vai testando passada a passada os musculos das pernas. O sol forte e o vento começaram a fazer estragos. Quando não estava vento, estava um calor abrasador e implorava por uma brisa, quando estava vento, estava uma ventania que me atirava para trás.

 Mas a verdade é que mal ou bem lá se foram fazendo e apresento-me à entrada de Mafra com a cabeça erguida e a moral em alta.

Antevinha-se uma corrida sem precalços mas depois de entrar na cidade, numa linda quinta de prados verdejantes um aroma natural e bucólico a residuos sólidos da digestão de gado  vacum, suino e caprinos invade-me os bronquios que se contraiem numa sucessão de espasmos consecutivos. Deixo de conseguir respirar normalmente... e quase que tenho de parar de correr na última súbida.

(muito desgastado no final)
 
Mas não parei, recuperei o controlo da respiração e acelerei pouco a pouco até que o tartan me recebe com vontade de fazer o sprint final da ordem. Fiz mais uns minutos que o ano passado mas o importante é que consegui começar e acabar sempre a comer, a correr a correr quero dizer (onde é que está o meu pão com chouriço?).



 

 

2 comentários:

  1. O aroma do campo deixou-te nauseado? :)
    Parabéns por mais uma prova! E esta até tem um "troféu" bem giro.
    Não passaste pelo Sobralinho para comeres um pão com chouriço??! Essa é uma das melhores partes de ir a Mafra! ;)
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O aroma do campo ia-me causando um ataque anafilático. :)
      Por acaso falhei ao não publicar uma foto do troféu.
      No sobreiro é obrigatório o pão com chouriço e/a fartura :p
      Bjn

      Eliminar