O almoço de sábado lançava o mote
para o fim de semana perfeito - pennes de azeitona com tomate cherry fiambre
salteados, salsichas de peru e queijo. Já tinha saudades de a dieta me deixar
cozinhar massas. De sobremesa, um episódio da guerra dos tronos.
O Eduardo e o Pedro foram-me
buscar às 14:30 e os três estarolas seguiram viagem até Monsaraz num silencio
alimentado pelo calor e pela digestão. Pouco a pouco, as palavras e as frases
iam-se formando e a galhofa instalando-se. Dado que há muito tempo que não faço
trails, fizemos o resto da viagem a discutir as últimas experiencias de Trails
na região centro, Sicó e Vila Velha de Rodão.
Monsaraz recebeu-nos com um final
de tarde que, com a luz e o calor, massajava o corpo de dentro para fora até um
estado de langor geral. Instalamo-nos numa Hotel com um quarto (2 camas
individuais atenção, nada de bocas) e uma sala com cozinha (uma cama demasiado pequena
para mim mas ideal para os outros dois).
A casa e o Hotel Rural eram muito
castiços. O hotel compunha-se de várias casinhas em estilo alentejano, com 2
piscinas, uma para miúdos e outra para graúdos. A vista do hotel era
deslumbrante, principalmente para o alto do castelo. Isto hoje parece um blog de viagens.
(a luz encandeia)
(o calor amolece)
(reparem no pormenor da cria no ninho)
Muito timidamente pedimos para
antecipar o pequeno almoço para as 8:00 (começaria às 8:30), no dia seguinte
aprenderiamos que o hotel tinha sido tomado por trilhistas.
(os três estarolas)
Dado que isto dos trails não é só corridas, ou seja, isto
dos trails é corrida, isto dos trails é património cultural e paisagistico,
isto dos trails é contacto directo com a natureza, isto dos trails é
gastronomia, isto dos trails é companheirimo e isto dos trails é auto
conhecimento. Por isso esta crónica não é sobre corrida.
(Eduardo o responsável pela maioria destas fotos)
Saímos e fomos dar uma volta
(re)conhecer a vila medieval de Monsaraz, vila que se esperguiça no topo de um monte
que se ergue por cima do Grande Lago Alentejano. Havia gente, muita gente,
principalmente Espanhóis. Ficamos a conhecer todos os recantos e cruzamentos entre aquelas ruelas de xisto e as casas caiadas.
Sem querer os nossos olhos iam tomando nota dos
diversos restaurantes típicos. Todos com um excelente menu e vista, quer para o
grande lago do Alqueva quer para o vale que fica do outro lado do monte. Fomos
até ao castelo e à arena de touros que está integrada nas muralhas do castelo. Passamos
a este passeio em Monsaraz a tirar fotos.
O próximo objectivo era levantar
os dorsais a reguengos, e lá fomos já com mais palhaçada no caminho. A piada do
dia foi termos de comprar uns relógios da CARMIM
Fomos jantar num restaurante
típico (o Aloendro), decidindo secretos ou lagartos com folhas de couve com
alho salteadas (muito muito bom). À sobremesa foi um bolo rançoso (doce de gila
e amêndoa) acompanhado de umas fatias de laranja. A duas coisas juntas ficavam
excelentes com o a laranja a cortar o excesso de doce.
(Excelente)
No Alentejo come-se tão bem, é a
zona de Portugal onde se come melhor! Mas tão bem, tão bem.
(Monsaraz by night)
(Quem é quem?)
Mas tão bem, que tivemos de ir rapar frio
a Monsaraz outra vez para ajudar à digestão e dormir melhor, porque no dia
seguinte Monsaraz ia pedir mais de nós do que aquilo que estaria disposto a
dar. Mas isso são outros quinhentos.
(O Fim do 1º capitulo)
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