A participação no Trail de
Montejunto começou a se desenhar umas semanas antes.
Foi algo do género: um puxa
por outro (tendo sido o Ricardo no inicio a puxar mais pelo pessoal), uma
aventura relativamente perto de casa, oportunidade de conhecer por dentro uma
“serra desconhecida”, logística relativamente simples e até se falou em almoço
da malta depois da prova. Assim, 4 elementos do Team inscreveram-se nesta
aventura.
O Ricardo pelos motivos
conhecidos e ainda em fase de recuperação acabou por não participar.
Ricardo: o teu pâncreas não
estava preparado para aquilo. Fizeste bem em ficar sossegado J. Fica para outra
oportunidade!
Sinceramente, levei pouco a
sério a informação que dispunha em relação a este trail. Vi umas inclinações no
gráfico mas pareceram-me “normais”, li que havia mais de 1km de subida
acumulada e pensei “vou ficar cansado mas faz-se”, vi que seriam 21,5kms mas
pensei se faço meias-maratonas também faço isto bem e depois também pensei fiz
3h10 em Sesimbra faço isto em 3 horas, mais coisa menos coisa. Reconheço que
houve algum excesso de confiança na abordagem deste trail J.
Depois de termos acertado
por unanimidade vir almoçar a casa, contava que antes das 2 da tarde estaria
por casa (e à vontade) e só cheguei a casa bem depois das 3 da tarde! É verdade que houve atraso
de 40 minutos na partida das provas mas a demora a percorrer o percurso
contribuiu e muito para chegar mais tarde a casa. Claro que tive apresentar as minhas
desculpas quando cheguei a casa, que foram efetivamente aceites perto das 8 da
tarde e depois de uma bela sesta (da família toda) pelo meio J. Obrigado querida pela tua
colaboração ao assegurares o que é preciso para eu me meter nestas aventuras J!
No dia anterior ao Trail o
Ricardo para adoçar o apetite enviou à malta uma foto da serra! Bela foto que
só vi na ida de carro para lá.
A logística também teve
episódios engraçados J.
Perto
das 6:50 o Zé e a Sofia estavam a chegar a Odivelas. Porta-bagagem do carro
cheio de malas (parecia que o pessoal ia acampar) e nós prontos para seguir
viagem! Nesta manhã, tínhamos como companhia algum nevoeiro.
À saída de Odivelas pergunto
ao Zé pelo GPS ao que me responde ”Não há”. Depois pergunto se tinha imprimido
as indicções ou mapa, ao que me responde: Não. E eu também digo que não imprimi
nada. De seguida, o Zé “saca do belo” do mapa em papel e dá-me para a minha
mão. Tudo controlado J.
A viagem para lá foi um belo
convívio, uma grande galhofada J (Realço
a viagem de ida pois na viagem de volta, vínhamos todos tão cansados e moídos
que queríamos era chegar fazer bem o caminho e chegar a casa) !!!
Saímos na A8 em Outeiro da
Cabeça e seguimos as indicações de Vilar. Sabíamos que estávamos do lado certo
da serra mas não víamos serra nenhuma, por causa do nevoeiro.
A dificuldade (que não foi assim
tanta) seria saber qual o caminho para Pragança, pois havia um pormenor
interessante no mapa, que era simplesmente Pragança não aparecer no mapa.
Aparentemente a terra que vinha no mapa mais próxima de Pragança seria Lamas e
assim fomos andando.
Depois de passar por Vilar seguindo
pela N115, surge um dilema, seguir em frente ou virar à direita. Primeiro
seguimos em frente (meu palpite) continuando pela N115, mas depois o Zé (fez
valer o seu papel de piloto) deu meia-volta e foi virar à direita. Passadas umas centenas de metros a melhor opção era perguntar onde ficava Pragança
a quem encontrássemos e assim aconteceu. Um simpático senhor indicou-nos o
caminho e lá fomos em direcção a Pragança. Passámos por Lamas e percebemos que
estávamos relativamente perto.
Para ficarmos esclarecidos,
ambos os caminhos iam mais à frente dar ao mesmo entroncamento em Boiça. Ao ir
em frente íamos pela estrada nacional, ao virarmos à direita seguimos por uma
estrada municipal. Todos os caminhos iam dar a Pragança J!
Já sabes Zé, para o ano
vamos pela estrada nacional e ficamos a conhecer outro caminho J!
E lá chegámos a Pragança,
mais concretamente ao Aviário do Pinheiro, onde o pessoal estacionava o carro e
levantava os dorsais.
Dali tínhamos de ir para a
Partida em Abrigada que ficava no outro lado da serra. Os transportes para a
partida atrasaram-se e chegámos a Abrigada mais tarde do que previsto. A
partida do trail curto estava prevista para as 9:15 e apenas partimos às 9:45.
Iniciada a prova, depois de
uns metros em alcatrão seguimos logo por estrada de terra batida. Passado um
bocado o terreno começou a inclinar e a lama a aparecer. Nesta fase procurei
não encher os pés de lama pois ainda havia muito km para percorrer e quanto
mais confortável fosse melhor seria. De qualquer modo, os pés lá se molharam um pouco e
os ténis ficaram um bocado em tons de castanho J.
Antes dos 3 kms resolvi não
acompanhar a passada da Sofia e do Zé, pois pareceu-me que iam um bocadinho
rápido, ou melhor, eu é que sentia que seria melhor ir mais devagar J.
Nesta fase estávamos em
subida, relativamente ligeira para trail mas um pouco lixada para qualquer
pessoa pouco habituada a estas andanças. Foi nesta fase que “atravessámos” o
nevoeiro.
No gráfico aparece por volta
dos 5kms uma descida mas sinceramente não me lembro de nenhuma descida,
provavelmente porque ia em fase de recuperação e já ia a olhar para a montanha
que tinha que subir. Epá aquilo impunha mesmo respeito!!!
Ao 6ºkm aparece o abastecimento e vejo a Sofia e o Zé à minha espera! Obrigado por terem
esperado por mim J.
Apesar de vos ter dito na hora que não era preciso e que estavam à vontade para
ir embora quando vos apetecesse foi sem dúvida muito mais divertido e
interessante fazer aquela longa e ingreme subida na vossa companhia J!
Ao mesmo tempo que
caminhávamos tínhamos a oportunidade de contemplar as vistas! Estávamos
literalmente por cima das nuvens, conforme se pode ver nas fotos colocadas aqui
no blog J.
Foi uma subida dura,
sobretudo porque foi muito longa, foram mais de 3kms sempre em subida a valer.
Na altura pareceram-me muito mais e nem sei dizer quantos minutos demorámos a
subir a montanha.
Ao longo da subida
aproveitámos para tirar umas quantas fotos! Por acaso foi a 1ªvez que levei
máquina fotográfica para uma prova e talvez tenha sido a decisão mais acertada
do dia J.
Estas provas de trail proporcionam belos cenários que merecem ser fotografados.
Depois, quando vemos as fotos, juntamos ao cenário as sensações e emoções
daqueles momentos e aquelas fotos ganham um sentido extraordinário para quem
percorreu aqueles caminhos J.
Talvez seja por isso que o
pessoal se apaixona pelos trails J.
Depois de passar o cansaço físico, o pessoal fica com vontade de se meter em
outro trail e desbravar os caminhos da Natureza J!
Depois de tanto subir,
pensei que quase 9kms estavam feitos e vamos lá embora correr.
Ainda percorremos os kms
seguintes juntos mas antes dos 11kms eles meteram outra velocidade e foram à
sua vida e fizeram muito bem.
O km seguinte foi
relativamente tranquilo, com um abastecimento sólido pelo meio. De seguida
apareceu uma valente descida (Tipicamente as descidas em trail não são descanso nenhum! Antes desta prova ainda não tinha integrado esta ideia J) e depois ao km 13 aparecia
a outra grande subida do dia.
Depois de 13 kms nas pernas
a subir e a descer, claro que esta subida foi feita em grande parte a caminhar
e relativamente devagar. O que valia para animar eram as vistas J.
Chegados ao topo deste lado
da montanha por volta do km 16 tínhamos uma bela vista da serra e ao fundo
algumas localidades. Pragança era já ali em baixo, ouvia-se a voz de um senhor
a anunciar (num altifalante) a chegada de alguns participantes. Havia uma
ilusão que já faltava pouco mas afinal ainda haviam 6 kms para percorrer.
De seguida iniciou-se a
parte mais difícil para mim: a ingreme, difícil e perigosa descida. Estava
sinalizada e com várias chamadas de atenção pois aquilo era mesmo para ser
feito com bastante atenção! Sinceramente não apreciei esta parte do percurso
pois pareceu-me uma descida com grau de inclinação um pouco exagerado e ao mesmo tempo já havia bastante desgaste fisico!
Depois de descer havia um
abastecimento liquido junto a uma estrada. Neste momento pensei agora a estrada
vai dar a Pragança e já está. Mas não foi assim. Voltámos a
entrar no mato e desta vez um pouco denso e ainda andámos por aquelas bandas a subir e a descer. Pragança ali tão perto e
“andávamos às voltas”...
Epá estes 6 últimos kms não
foram nada fáceis!!!
Depois de quase 4 horas lá
entrei na localidade, agora já estava mesmo quase, mas ainda fui a tempo de me
enganar no caminho (seguir em frente em vez de virar à direita) mas ouvi alguém
a chamar e lá me encaminhei.
Ligeira subida e depois lá
estava na recta da meta. A Sofia e o Zé lá estavam a aguardar
(pensava eu que estavam ali há meia hora, afinal estavam há pouco mais de 10
minutos) e o Ricardo também lá estava (há quase 2 horas, pois ligou-me ainda eu não tinha chegado ao km13!) qual fotografo profissional a tirar fotos à malta.
Prova cumprida! 22kms a
subir e a descer em 3h58m!
Passei a ver a serra
de Montejunto com uma nova perspetiva!
Foi uma prova muito dura, mas
ao mesmo tempo uma grande experiência. Nos últimos kms já estava cansado e até
desgastado de tanto tempo de prova mas passo a passo chegou-se à meta. Superar
obstáculos, lidar com as adversidades faz parte da experiência.
Grande aventura! Cenário espetacular!
Belo convívio!
Bela reportagem do que vivemos no dia 13 de Abril!
ResponderEliminarJá passaram quase duas semanas e ainda está tão presente. :)
Bem presente :)
EliminarParabéns pela aventura, Joel!
ResponderEliminarContinuação de provas felizes :)
Obrigado!
EliminarE tu continua a presentear-nos com os belos relatos das tuas aventuras :)
Boas provas!