Páginas

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Report da aventura de Montejunto


Depois da “foto-reportagem” vem agora a "história" (vista na minha perspectiva) J.
A participação no Trail de Montejunto começou a se desenhar umas semanas antes.
Foi algo do género: um puxa por outro (tendo sido o Ricardo no inicio a puxar mais pelo pessoal), uma aventura relativamente perto de casa, oportunidade de conhecer por dentro uma “serra desconhecida”, logística relativamente simples e até se falou em almoço da malta depois da prova. Assim, 4 elementos do Team inscreveram-se nesta aventura.
O Ricardo pelos motivos conhecidos e ainda em fase de recuperação acabou por não participar.
Ricardo: o teu pâncreas não estava preparado para aquilo. Fizeste bem em ficar sossegado J. Fica para outra oportunidade!
Sinceramente, levei pouco a sério a informação que dispunha em relação a este trail. Vi umas inclinações no gráfico mas pareceram-me “normais”, li que havia mais de 1km de subida acumulada e pensei “vou ficar cansado mas faz-se”, vi que seriam 21,5kms mas pensei se faço meias-maratonas também faço isto bem e depois também pensei fiz 3h10 em Sesimbra faço isto em 3 horas, mais coisa menos coisa. Reconheço que houve algum excesso de confiança na abordagem deste trail J.
Depois de termos acertado por unanimidade vir almoçar a casa, contava que antes das 2 da tarde estaria por casa (e à vontade) e só cheguei a casa bem depois das 3 da tarde! É verdade que houve atraso de 40 minutos na partida das provas mas a demora a percorrer o percurso contribuiu e muito para chegar mais tarde a casa. Claro que tive apresentar as minhas desculpas quando cheguei a casa, que foram efetivamente aceites perto das 8 da tarde e depois de uma bela sesta (da família toda) pelo meio J. Obrigado querida pela tua colaboração ao assegurares o que é preciso para eu me meter nestas aventuras J!
No dia anterior ao Trail o Ricardo para adoçar o apetite enviou à malta uma foto da serra! Bela foto que só vi na ida de carro para lá.
A logística também teve episódios engraçados J.
Perto das 6:50 o Zé e a Sofia estavam a chegar a Odivelas. Porta-bagagem do carro cheio de malas (parecia que o pessoal ia acampar) e nós prontos para seguir viagem! Nesta manhã, tínhamos como companhia algum nevoeiro.
À saída de Odivelas pergunto ao Zé pelo GPS ao que me responde ”Não há”. Depois pergunto se tinha imprimido as indicções ou mapa, ao que me responde: Não. E eu também digo que não imprimi nada. De seguida, o Zé “saca do belo” do mapa em papel e dá-me para a minha mão. Tudo controlado J.
A viagem para lá foi um belo convívio, uma grande galhofada J (Realço a viagem de ida pois na viagem de volta, vínhamos todos tão cansados e moídos que queríamos era chegar fazer bem o caminho e chegar a casa) !!!
Saímos na A8 em Outeiro da Cabeça e seguimos as indicações de Vilar. Sabíamos que estávamos do lado certo da serra mas não víamos serra nenhuma, por causa do nevoeiro.
A dificuldade (que não foi assim tanta) seria saber qual o caminho para Pragança, pois havia um pormenor interessante no mapa, que era simplesmente Pragança não aparecer no mapa. Aparentemente a terra que vinha no mapa mais próxima de Pragança seria Lamas e assim fomos andando.
Depois de passar por Vilar seguindo pela N115, surge um dilema, seguir em frente ou virar à direita. Primeiro seguimos em frente (meu palpite) continuando pela N115, mas depois o Zé (fez valer o seu papel de piloto) deu meia-volta e foi virar à direita. Passadas umas centenas de metros a melhor opção era perguntar onde ficava Pragança a quem encontrássemos e assim aconteceu. Um simpático senhor indicou-nos o caminho e lá fomos em direcção a Pragança. Passámos por Lamas e percebemos que estávamos relativamente perto.
Para ficarmos esclarecidos, ambos os caminhos iam mais à frente dar ao mesmo entroncamento em Boiça. Ao ir em frente íamos pela estrada nacional, ao virarmos à direita seguimos por uma estrada municipal. Todos os caminhos iam dar a Pragança J!
Já sabes Zé, para o ano vamos pela estrada nacional e ficamos a conhecer outro caminho J!
E lá chegámos a Pragança, mais concretamente ao Aviário do Pinheiro, onde o pessoal estacionava o carro e levantava os dorsais.
Dali tínhamos de ir para a Partida em Abrigada que ficava no outro lado da serra. Os transportes para a partida atrasaram-se e chegámos a Abrigada mais tarde do que previsto. A partida do trail curto estava prevista para as 9:15 e apenas partimos às 9:45.
Iniciada a prova, depois de uns metros em alcatrão seguimos logo por estrada de terra batida. Passado um bocado o terreno começou a inclinar e a lama a aparecer. Nesta fase procurei não encher os pés de lama pois ainda havia muito km para percorrer e quanto mais confortável fosse melhor seria. De qualquer modo, os pés lá se molharam um pouco e os ténis ficaram um bocado em tons de castanho J.
Antes dos 3 kms resolvi não acompanhar a passada da Sofia e do Zé, pois pareceu-me que iam um bocadinho rápido, ou melhor, eu é que sentia que seria melhor ir mais devagar J.
Nesta fase estávamos em subida, relativamente ligeira para trail mas um pouco lixada para qualquer pessoa pouco habituada a estas andanças. Foi nesta fase que “atravessámos” o nevoeiro.
No gráfico aparece por volta dos 5kms uma descida mas sinceramente não me lembro de nenhuma descida, provavelmente porque ia em fase de recuperação e já ia a olhar para a montanha que tinha que subir. Epá aquilo impunha mesmo respeito!!!

Ao 6ºkm aparece o abastecimento e vejo a Sofia e o Zé à minha espera! Obrigado por terem esperado por mim J. Apesar de vos ter dito na hora que não era preciso e que estavam à vontade para ir embora quando vos apetecesse foi sem dúvida muito mais divertido e interessante fazer aquela longa e ingreme subida na vossa companhia J!
Ao mesmo tempo que caminhávamos tínhamos a oportunidade de contemplar as vistas! Estávamos literalmente por cima das nuvens, conforme se pode ver nas fotos colocadas aqui no blog J.
Foi uma subida dura, sobretudo porque foi muito longa, foram mais de 3kms sempre em subida a valer. Na altura pareceram-me muito mais e nem sei dizer quantos minutos demorámos a subir a montanha.


Ao longo da subida aproveitámos para tirar umas quantas fotos! Por acaso foi a 1ªvez que levei máquina fotográfica para uma prova e talvez tenha sido a decisão mais acertada do dia J. Estas provas de trail proporcionam belos cenários que merecem ser fotografados. Depois, quando vemos as fotos, juntamos ao cenário as sensações e emoções daqueles momentos e aquelas fotos ganham um sentido extraordinário para quem percorreu aqueles caminhos J.
Talvez seja por isso que o pessoal se apaixona pelos trails J. Depois de passar o cansaço físico, o pessoal fica com vontade de se meter em outro trail e desbravar os caminhos da Natureza J!
Depois de tanto subir, pensei que quase 9kms estavam feitos e vamos lá embora correr.
Ainda percorremos os kms seguintes juntos mas antes dos 11kms eles meteram outra velocidade e foram à sua vida e fizeram muito bem.
O km seguinte foi relativamente tranquilo, com um abastecimento sólido pelo meio. De seguida apareceu uma valente descida (Tipicamente as descidas em trail não são descanso nenhum! Antes desta prova ainda não tinha integrado esta ideia J) e depois ao km 13 aparecia a outra grande subida do dia.
Depois de 13 kms nas pernas a subir e a descer, claro que esta subida foi feita em grande parte a caminhar e relativamente devagar. O que valia para animar eram as vistas J.
Chegados ao topo deste lado da montanha por volta do km 16 tínhamos uma bela vista da serra e ao fundo algumas localidades. Pragança era já ali em baixo, ouvia-se a voz de um senhor a anunciar (num altifalante) a chegada de alguns participantes. Havia uma ilusão que já faltava pouco mas afinal ainda haviam 6 kms para percorrer.
De seguida iniciou-se a parte mais difícil para mim: a ingreme, difícil e perigosa descida. Estava sinalizada e com várias chamadas de atenção pois aquilo era mesmo para ser feito com bastante atenção! Sinceramente não apreciei esta parte do percurso pois pareceu-me uma descida com grau de inclinação um pouco exagerado e ao mesmo tempo já havia bastante desgaste fisico!
Depois de descer havia um abastecimento liquido junto a uma estrada. Neste momento pensei agora a estrada vai dar a Pragança e já está. Mas não foi assim. Voltámos a entrar no mato e desta vez um pouco denso e ainda andámos por aquelas bandas a subir e a descer. Pragança ali tão perto e “andávamos às voltas”...
Epá estes 6 últimos kms não foram nada fáceis!!!
Depois de quase 4 horas lá entrei na localidade, agora já estava mesmo quase, mas ainda fui a tempo de me enganar no caminho (seguir em frente em vez de virar à direita) mas ouvi alguém a chamar e lá me encaminhei.
Ligeira subida e depois lá estava na recta da meta. A Sofia e o Zé lá estavam a aguardar (pensava eu que estavam ali há meia hora, afinal estavam há pouco mais de 10 minutos) e o Ricardo também lá estava (há quase 2 horas, pois ligou-me ainda eu não tinha chegado ao km13!) qual fotografo profissional a tirar fotos à malta.


Prova cumprida! 22kms a subir e a descer em 3h58m!
Passei a ver a serra de Montejunto com uma nova perspetiva!
Foi uma prova muito dura, mas ao mesmo tempo uma grande experiência. Nos últimos kms já estava cansado e até desgastado de tanto tempo de prova mas passo a passo chegou-se à meta. Superar obstáculos, lidar com as adversidades faz parte da experiência.
Grande aventura! Cenário espetacular! Belo convívio!

4 comentários:

  1. Bela reportagem do que vivemos no dia 13 de Abril!
    Já passaram quase duas semanas e ainda está tão presente. :)

    ResponderEliminar
  2. Parabéns pela aventura, Joel!
    Continuação de provas felizes :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Obrigado!
      E tu continua a presentear-nos com os belos relatos das tuas aventuras :)
      Boas provas!

      Eliminar