30ª Edição 20 Km Cascais
Como podemos descrever o tempo na manhã do passado dia 10/02
? …. Basicamente um estado “ não chove …nem deixa ensolarar”!
Era esse o nosso pensamento, no caminho (via marginal) para
Cascais. Por companhia, tinha o Eduardo R. e o Filipe P. (este ultimo fazendo
parte de uma equipa de atletismo adversária directa….mas em versão salutar!)
“Menos mal”, pensámos nós, quando chegámos ao estacionamento
junto ao mercado. “Não levamos chuva!”, mas levámos corta vento e T-shirt
térmica, para enganar o frio.
Com um Fevereiro, a dar uma ultima amostra do Inverno, estávamos
às 10H em ponto, a passar pelo inicio da prova.
Cerca de 2000 par de pernas decidiram dar o peito ao frio e
ao vento, que sabíamos iríamos encontrar lá mais para o meio da prova. Malta
bem disposta, algumas matrafonas, um super-homem, mas sobretudo muita malta
animada.
Os 5 Km´s iniciais, mais não eram que uma volta à vila de
Cascais, com uma subida íngreme pelo meio e uma descida acentuada, que nos
levava novamente ao inicio da partida.
Era uma espécie de apresentação à localidade. Nessa altura, ainda havia fôlego para
conversa de circunstancia, cumprimentos em forma de passadas compridas, piadas
sobre indumentarias de alguns corredores e gracejos sobre algumas “lebres” que entretanto surgiam
no horizonte.
Guardei o meu fôlego para alturas mais exigentes. Já
conhecia a prova, devido à minha participação no ano passado. Do que me lembro
dela? …uffff…….um começo grandioso a fazer slalom´s entre corredores, mas
quando chegámos ao Guincho, passei de Bestial a Besta, valeu-me na altura a
companhia do Cristiano (o nosso “Para-Vento” com pernas), que nos abriu caminho
até ao Km 13 (como se fossemos uma equipa de ciclismo). Apartir desse Km, ele
deixou a cabeça do mini pelotão, que entretanto se formara, desejou boa sorte e
ficámos por nossa conta.
Mas nesta edição não tínhamos o Cristiano, portanto tivemos
que ser mais inteligentes.
Na passagem da meta, aos 5 Km´s, ultimo vislumbre à bela
baía de Cascais. Serena como a manhã.
Entretanto, dou uma olhadela para trás. Já tinha perdido o
Eduardo. Fiquei na duvida, se ele teria ficado pelos 5 Km´s (versão mini da
prova), já que no caminho para a prova, vinha a dizer que não sabia se iria
aguentar os 20 km´s.
Apanhei embalagem ao
Km 6, do Carlos A, com um andamento diabólico. Olhei para o Filipe. Ele deu
sinal positivo e lá fomos “na roda dele”. Entre um passo e outro, lá nos foi
dizendo que havia uma feijoada à espera dele, lá por casa. Ao km 10, perdemo-lo
de vista.
Nessa altura, quando passávamos pela Dª Analice (ver historia de vida em http://oarrumadinho.clix.pt/2012/10/a-incrivel-e-comovente-historia-de.html
), já estávamos a ficar um pouco fartos do vento. A imagem da baía de Cascais,
calma e tranquila, tinha ficado para trás. Agora, era um Atlântico furioso, que
nos “decorava” o horizonte.
No Km 12, chegámos finalmente ao retorno da prova. Deixei a
praia do Guincho para trás. Mas também o Filipe. Fiquei com a companhia do
vento que afinal estava lateral. Frustração!. Pensei que o teria pelas costas,
para ajudar nos Km´s que faltavam.
No regresso, vislumbrei o Eduardo, com a sua passada
controlada. Fiquei contente. Afinal não tinha desistido. Óptimo!. Ainda para
mais, fazendo a maior parte da prova sozinho. Mostrou também força mental.
O que é certo, é que fiquei mais animado. No ano passado, a fase
Km 13 – Km 18, provocou-me um desgaste brutal. Na altura, sem consumo prévio de
agua, com vento contra e sozinho, ainda “meti” um gel ao Km 15. Tarde de mais.
Foi um “arrastamento” sofrido até à meta. Não consegui apreciar a parte final
da prova, já que o ultimo Km é fantástico, com a baía de Cascais a dar-nos os parabéns.
Neste ano não cai no mesmo erro. O vento existia. Era uma variável
não controlável. No entanto, na agua, não me armei em “herói”, e por isso, desde
o inicio vim a consumir agua, como se “fuel” tratasse.Na companhia, tive sorte
de encontrar uma boa parceria e durou até ao Km 18. Passámos juntos a “subida
lenta” da Guia, Uma boa ajuda, portanto.
Os últimos 2 Km´s foram, surpreendentemente, agradáveis e suportáveis.
Na descida para a meta, com a baía como “pano de fundo”, ainda tive um colega
de equipa como companhia. Dizia-se “preso por arames”, mas nos últimos 100 mts,
parecia que estava a iniciar a prova. Parecia um foguete!
Felizmente, este ano tudo correu bem. Até o joelho esquerdo se
portou à altura do acontecimento. E até deu para tirar 10 minutos à edição do
ano anterior (este ano fiquei-me pela 1H44 minutos).
Enquanto esperava, aproveitei para procurar o meu nome na
T-shirt deste ano. Passo a explicar. Todos os nomes dos participantes de uma
edição desta prova são inscritos na T-shirt oferecida na edição seguinte.
Basicamente, a T-shirt oferecida deveria ter o meu nome, devido à participação
no ano anterior e …………….lá estava!
Na volta para o carro, ainda procurei pelas “tias”, que
estão para Cascais, como os travesseiros para Sintra (não existem segundas
intenções nesta frase!!). Não as vi. Se calhar era muito cedo. Se calhar tinham
ido para o Carnaval do Algarve.
E assim, tirada a fotografia de grupo, retornámos a casa e a
um almoço reconfortante.
Belo report :)
ResponderEliminarBelo relato da prova. Também lá estive e realmente é uma prova muito porreira e sem dúvida para repetir.
ResponderEliminarAbraço e boas corridas.