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domingo, 16 de março de 2014

Meia-maratona, feita e arrumada para um canto

Um ano depois de me ter estreado na Meia-Maratona da Pt 25 de Abril, era altura de regressar a uma prova na qual já tinha sido feliz. A 23 de março de 2013 fiz um tempo fantástico de 1h46m33s, que foi, na altura, o meu recorde pessoal na distância.


Este ano voltei, mas quase que parecia estar a pressentir o que ia acontecer. Nos dias que antecederam esta prova, não estava a sentir aquela ansiedade natural que me envolve antes destas grandes provas. Não sei se isso também teve influência, o que é certo é esta meia-maratona me irritou de tal forma que não penso voltar a fazê-la nos próximos tempos.

Primeiro, porque a logística inerente a estas provas já me começa a irritar. Saí de casa às 7h45 de manhã e cheguei às 14h, mas no fundo só corri 1h46m.  Mais de quatro horas deitadas ao lixo, gastas apenas e só em logística. 8h30 em Belém, autocarro para Campolide, onde chegámos às 9h. Começou aqui o pesadelo. No ano passado apanhámos logo o primeiro comboio que passou e só faltou irmos sentados, tal era o espaço livre. Hoje só conseguimos entrar ao 3º ou 4º comboio que passou e íamos mais apertados que sardinha em lata. Para esquecer. Depois foi a confusão do Pragal, para aceder à praça das portagens. Ao fim destes anos todos já deviam ter arranjado um acesso melhor que aquele. Demasiado mau.

Depois a organização da partida continua a ser demasiado má. Já no ano passado tinha sido assim e este ano voltaram a fazê-lo. O pessoal da Mini-Maratona arranca ao mesmo tempo que o da Meia e invade de imediato o tabuleiro da ponte, não deixando espaço para correr quem, de facto, vai ali para correr. São senhoras que até trouxeram o casaquinho de malha, são carrinhos de bebé, há de tudo a passear. E por mim tudo bem. Mas podia ter ficado lá para trás. Bastava atrasar a partida da Mini-Maratona em 10 minutos, tempo mais que suficiente para escoar o pessoal da Meia.

Com tudo isto, os primeiros 5 kms foram um pesadelo. Confusão, muita confusão e um verdadeiro stress para ultrapassar os mais lentos. No meio dessa confusão toda perdi quase toda a gente, o Pedro e o Joel, do Team JRR, e o Mário, Fernando e o Eduardo. Fiquei-me com o Paulo e com a Sofia, também do Team JRR, com quem não tinha partido, mas que lá encontrei na descida para Alcântara. Formámos ali um trio e fomos juntos até à meta.

Foto: André Noronha
Impusemos um ritmo porreiro, sempre abaixo dos 5min/km e lá fomos tentando vencer a multidão que corria pelo percurso. Muita, muita gente mesmo. Lembro-me de, no ano passado, em Algés, já haver muito espaço para correr, mas este ano por essa altura ainda estava muito compacto, obrigando a zigue-zagues constantes. A diversão estava muito longe e já só pensava em acabar depressa a prova. Aumentei ritmo nos últimos quilómetros. Quebrar o recorde pessoal na distância (1h44m) já não seria possível, mas melhorar o tempo de 2013 estava ao alcance. E consegui mesmo melhorar esse tempo, em alguns segundos: 1h46m18s.

O final, depois de cruzar a meta, foi o pior de tudo. Este ano a organização decidiu alterar o percurso do corredor final, de distribuição de brindes. Em vez de ser logo a seguir à meta, "despejando" os participantes em frente ao CCB, enviaram-nos pelos jardins, num espaço compacto onde, mais uma vez, parecíamos sardinhas em lata. Foram-nos enfiando na mão os vários brindes e no final milhares de pessoas iam encontrar-se numa saída que não devia ter mais de três metros de largura. Absolutamente ridículo. e com isto tudo estávamos praticamente em frente ao Palácio de Belém, ou seja depois quase toda a gente voltava para trás, por um segundo corredor, para vir para a zona do CCB e do Mosteiro dos Jerónimos. Eu já não podia ver aquilo tudo à frente. Só queria chegar ao ponto de encontro e acabar com a aventura. Por mim está feita e, durante uns bons anos, arrumada a um canto. E cheira-me que não sou o único a pensar assim.

7 comentários:

  1. Eh lá.... Tem calma pá. O dia acabou bem para ti! :)

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    1. Eu estou calmo. E daqui a um ano, quando se realizar a 25ª Meia-Maratona de Lisboa, ainda vou estar mais calmo.

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  2. Estou contigo Rui... Eu já este ano não queria fazer!
    Esta prova é linda mitica e hitórica, mas não tenho a miníma paciência para levar com o caozinho, com os que aos 100 metros ja andam mas partiram da frente e com os turistas que param a meio da ponte para tirar a fotografia!
    Acho inacreditavel uma organização com selo Gold da IAAF, e com organizadores com centenas de provas no estrangeiro, nada aprendam...
    Prefiro no dia da meia fazer um treino na marginal aproveitando que está fechada desde bem cedo, e desfruto bem melhor do que o stress de estar a fazer uma Meia Maratona aos Ziguezagues...

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    1. O pior é que a diferença do ano passado para este foi enorme. Em 2013 foi quase perfeita, tinha pouca coisa a apontar, este ano a única coisa positiva foi aquela alteração de percurso, evitando o empedrado da Ribeira das Naus. De resto foi tudo mau.

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  3. Já deixei de ir à Meia-Maratona de Lisboa à alguns anos.
    Deixei de ter prazer da confusão, do stress a passar os mais lentos, da longa espera para sair da zona da meta... etc.
    Preferi ter aproveitado a manhã para um treino calmo ao longo do rio Tejo.

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  4. Vocês estão muito rabugentos...
    Eu gostei na mesma, estava uma linda manhã de sol, tive boa companhia e optei desde logo por fazer a prova descontraidamente pois ou seria assim ou teria sido melhor não ir.
    Mas concordo em parte com o que dizem e também me parece que não estarei lá no próximo ano.

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  5. Cambada de rezingões... Quero ver quando chegarem a velhos! Ninguém os vai aturar... :)

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