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domingo, 8 de dezembro de 2013

Surpresa à beira do Tejo

A inscrição estava feita há muito, mas também há muito me tinha mentalizado para a hipótese de não poder participar nesta Meia-Maratona dos Descobrimentos. E estava mais que conformado com isso, de tal modo que nem fiz qualquer preparação para esta prova. Apenas os treinos semanais de 10 kms. Mas a duas semanas, as coisas que havia a resolver lá se resolveram e a agenda ficou novamente livre para a manhã de 8 de Dezembro. Sem tempo para me preparar, como tinha feito para a prova de Março, entrei numa de ir e depois logo se via.


Comparando com a Maratona de 6 de Outubro, a logística para esta foi a coisa mais fácil do mundo... Ou pelo menos pareceu. Tudo tranquilo e na véspera só uma dúvida pairava no ar, tudo por causa do frio matinal que se faria sentir domingo de manhã. Com calma e apenas com 1 hora de antecedência - em Outubro foram quase 3!! - fui com o Ricardo e o Mário a caminho de Belém. Assim que lá chegámos tratei de desfazer a minha dúvida: calças ou calções? Assim que pus o pernil de fora, tomei a decisão mais acertada do dia: calças. Maravilha.

Lá nos encontrámos com o grupo todo, no qual a boa disposição reinava. Espectacular mesmo o ambiente, sem stress ou tensão. Isto à medida que vamos acumulando provas, a coisa começa a fluir de forma mais natural.

Pessoalmente, para esta prova, não sabia exactamente o que esperar. Em Março tinha feito um tempo excelente - 1h46m35s - e imaginava que não fosse fácil batê-lo. Assim ia naquele misto de que podia não correr tão bem como nessa altura, mas por outro lado também achava que não ia ser o descalabro. Enganei-me.

O início da prova deu-se com tranquilidade. Arrancámos em grupo bem no fim do pelotão de 2000 corredores e logo no 1º km fomos ganhando posições. A subida do Restelo fez-se na galhofa, à medida que íamos encontrando amigos e companheiros das corridas, e depressa passámos esta fase mais complicada da prova. Por esta altura já só ia com o Pedro T. e com o Filipe, tendo perdido o resto da malta na confusão inicial. A seguir veio a descida para Algés. E como as pernas se mexeram bem. Passada larga, ainda fresca, e lá fui eu a recuperar o tempo perdido 5.40 no 1º kms, 5.05 no 2º km, 4.40 no 3º km. Estava dado o mote. Sentia-me bem, estava um dia excelente para correr, vou arriscar e tentar bater o recorde, pensei na altura. Apanhei o ritmo da descida e tratei de o manter. O pior é que tomei esta decisão sozinho e com isto o Pedro e Filipe ficaram para trás. Continuei a percorrer kms sempre com um ritmo a rondar os 4.45 e fui-me aproximando do km 10. Em Março tinha passado esta marca com quase 51 minutos. Há dias, em conversa com o Pedro tinha-lhe dito que se conseguisse fazer os 10 kms abaixo dos 50 minutos estaria bem encaminhado para bater o recorde. Passei com 48m32s e fiquei satisfeito com o meu rendimento. Agora era só continuar assim.

Só que o pior era continuar assim. A partir do km7 surgiu-me uma dor lateral no joelho direito. É uma dor que tenho de vez em quando, que chateia, mas não me impede de correr o que quero. Mas normalmente só faço treinos de 10 kms. Como seria agora com mais 14 pela frente. Era a grande dúvida. Até ao km15 mantive-me bem, sempre com um ritmo abaixo dos 5.00, mas depois a dor agravou um pouco. Calculo que seja dor muscular ou de tendão, pois começou a irradiar por toda a perna. Nesta altura já era mais do que incomodativa. Já era uma dor forte mesmo. Mas faltavam poucos kms, ia com um tempo excelente e não me apetecia desperdiçar esta oportunidade de melhorar a minha marca na distância. Abrandei um pouco - passei a correr a 5.05 - e... sofri! E compensou. 1h44m24s na meta, mais de dois minutos a menos que há nove meses, quase 20 minutos a menos de há pouco mais de um ano, aquando da minha primeira meia-maratona. Espectacular e uma agradável surpresa para quem partiu para esta prova sem saber o que dela esperar.



E o melhor é que foi um bem geral. À excepção do Pedro T., que fez a coisa nas calmas, todos bateram os recordes pessoais - pelo menos acho que sim. Assim no final eram só sorrisos, mesmo apesar do frio. E só o ZéMi levou uma mazela para casa, mas também 17 minutos a menos

A espectacular equipa que resistiu ao frio.
Falta a Sofia e o Filipe


NOTA PARA A XISTARCA
É certo que não é uma meia-maratona ao nível das Pontes, mas mesmo assim teve mais de 2000 atletas na meia-maratona e outros 1000 na corrida de 10 kms. A Xistarca podia ter elevado um pouco o nível. Houve água com fartura, mas bebida isotónica durante a corrida nem sinal, mas o pior foi a falta de abastecimentos sólidos. Nem fruta, nem gel, marmelada, nada. E no final só uma maçã e mais uma garrafa de água. E aquela medalha, senhores? Não havia mais rasca e mais barata??

8 comentários:

  1. Parabéns Rui. Cruzámo-nos algumas vezes ao longo da prova e realmente ias muito bem. Fiquei surpreso ao ver-te mais devagar já bem perto do final, mas ainda bem que mesmo com a dor no joelho, deu para record pessoal (imagina se estivesses a 100%) :)
    Abraço e continuação de boas corridas.

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    1. Quanto à organização (Xistarca), para além das falhas que apontas, tivemos:
      - O percurso não foi o anunciado (subida aos Restauradores). Assim que souberam disso, podiam ter comunicado aos atletas. Quer no ato de levantamento dos dorsais quer no próprio dia da prova antes da partida. A mim não me fez diferença (até foi melhor porque foi mais plano), mas não lhes tinha ficado nada mal esse gesto.
      - A zona de retorno da prova não tinha nenhum tipo de controle de tempos (chip) nas proximidades. Isto das corridas é tudo gente séria, mas há uns mais sérios que outros e a brincar podia haver "campeões" a fazer 1/2 maratonas de 15 ou 16kms. ;)
      - Algumas medalhas já lhes faltava pedaços de tinta (correu mal a impressão) e mencionam a data (8 de Dezembro), mas de que ano? Será que serão as mesmas que vão entregar em 2019, em que o dia 8 volta a calhar num domingo?

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    2. Sim, tudo isso e mais alguma coisa.
      Muito fraquinhos. Começam a ficar para trás nisto da organização de provas

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  2. À hora da foto estava nos pastéis de Belém!!!
    Penso que todos gostamos da prova, sim!

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    1. Jamais te vamos perdoar o facto de não teres trazido para o resto da malta...

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  3. Foram as calcinhas gayzolas que te fizeram correr mais depressa... :)

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    1. Ao menos não fui de meia até ao joelho, como se fosse para a peladinha. Levaste as caneleiras por baixo, ao menos, ou foi só para o estilo?

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  4. Parabéns Rui pela fantástica prova!!!
    Confesso que, de repente, quando olhei para a foto, questionei: onde estão os calções? Equipamento pró! LOL

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