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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Duatlo do Jamor 2013... finalmente o report!

Depois de tanto andar a falar do Duatlo do Jamor, eis que chegou finalmente o dia da prova. Era algo em que já pensava há cerca de um ano. Sou um bttista convicto que, por força de um projecto pessoal, acabei por começar a correr também. E a verdade é que a corrida tornou-se também numa pequena paixão. Não tão viciante como o BTT, mas sim, é uma paixão.
 
Foi no final de 2011 que comecei a ter ideias de as juntar numa só prova, os duatlos. O do Jamor foi o primeiro que vi e fiquei de imediato obcecado por esta prova. Mas para 2012 nem pensar. Não tinha preparação para tal, pelo que se tornou no primeiro grande objectivo de 2013.
 
Como em todas estas aventuras, a emoção começa ainda em casa, com os preparativos. Sendo a minha estreia andei um pouco aos papéis. O que devo levar? Armei-me em "gaja" - lá vou eu levar nas orelhas - e decidi levar tudo. E que trabalheira que isso dá! Até tive de fazer uma checklist para ver se não me esquecia de nada. Para piorar o tempo estava incerto, pelo que tinha de levar roupa para chuva e ainda roupa seca para poder vestir caso ficasse encharcado.
 
A logística no local também seria novidade para mim. O companheirismo da malta da CGD veio ao de cima, mais uma vez, e em poucos dias foi-me apresentado um triatleta que ia participar na prova. Entrámos em contacto um com o outro e predispos-se de imediato a ajudar-me no que foi preciso. Desde já um obrigado ao Carlos Albano por isso. Encontrámo-nos no dia da prova e ele orientou-me no que foi preciso. Dorsais levantam-se ali, mete o chip, o capacete, etc. Notei logo o facto de ser uma prova oficial, da Federação Portuguesa de Triatlo. Não podia haver falhas, estava uma competição em causa. Era tudo verificado ao pormenor. No parque de transição lá instalei a bicicleta, com a preocupação de não me esquecer de onde estava. No meio da prova, com toda a confusão, enganar-me no corredor podia significar alguns segundos ao lixo. Já com tudo instalado no parque de transição, estava pronto para começar-
 
A prova começou com 5 kms de corrida. Deixei os atletas mais rápidos partirem à frente e arranquei logo cá para trás. O Carlos Albano ganhou-me logo alguns metros pois preferi não colocar um ritmo muito alto. O primeiro percurso de corrida não era fácil. Tinha 3 ou 4 subidas, duas delas - a mesma, mas feita duas vezes - eram mesmo muito complicadas. Mas senti-me bem e fiz um tempo bom, com 26 minutos à passagem para a bicicleta.
 
A transição foi fácil, como esperava aliás. As pernas reagiram muito bem à passagem para a bicicleta e nem senti a subida inicial. Arranquei a um bom ritmo, como se tivesse acabado de começar a prova. A lama começou de imediato a marcar presença e em poucos minutos já a tinha por todo o lado. Os primeiros cinco quilómetros foram tranquilos, praticamente de rodagem. Foi mais ou menos nessa marca que apanhei o Albano, parado com um furo. Ele disse-me que estava tudo bem e mandou-me seguir. Acabaria por desistir... Foi pena, mas compreendo-o bem. Reparar um pneu naquelas condições de lama por todo o lado seria uma tortura e tiraria a vontade de continuar a qualquer um. Já para não falar no tempo perdido, claro. A lama, essa, não dava tréguas. Era cada vez mais e tornava-se difícil pedalar. Não sou um grande tecnicista, mas a pouca técnica que tenho deu um jeitaço nos trilhos escorregadios. Não foram poucos os que vi cair à minha frente, enquanto eu me aguentava sempre a pedalar. Mas o pior estava para vir nos últimos três kms. Atravessado o vale do Jamor para o lado dos courts de ténis, encontrei as subidas mais complicadas... Bem, complicadas é ser simpático. Complicadas serão no verão, com tempo seco. Com lama são impossíveis. Ninguém as conseguiu fazer a pedalar. E a pé não eram mais fáceis. Os sapatos escorregavam constantemente. Por cada passo que dava de meio metro, o pé recuava uns 30 cms... E ainda houve umas três subidas assim. A certa altura dei por mim a pensar que daria tudo por voltar ao segmento de corrida...
 
Os trilhos de lama finalmente acabaram e voltei ao parque de transição. 1h10 no percurso de BTT não era um tempo famoso, mas depois de tudo o que tinha passado, já me dava por satisfeito por não ter caído nem me ter magoado. Com lama por todo o lado, arranquei para a estrada, desta vez a correr. O percurso era semelhante ao do primeiro segmento, mas já sem incluir a tal subida. Mas tinha outra, da estrada que liga o estádio às piscinas. Até à pista de canoagem senti-me bem, mas assim que comecei a subir notei o peso do esforço de tanta lama na prova de BTT. Consegui fazer a subida toda a correr, mas a um ritmo muito lento. Havia quem estivesse pior e ainda ultrapassei uns quantos atletas nesse último quilómetro. Quando entrei na pista de atletismo do Jamor senti-me triunfante. Olhei para o relógio e vi 1h50m... Calculei logo que seriam uns 400 metros muito longos... E foram, mas muito saborosos também. Quando acabei a prova sentia-me um verdadeiro campeão, um Duatleta!
 
Fiz 1h52m14s, uns 15/20 minutos a mais do que tinha planeado. Foi a prova de BTT que deu cabo de tudo. Aquela lama não estava nos planos, mas já percebi que é a imagem de marca deste Duatlo do Jamor. Para o ano cá estarei, sem dúvida!
 
Até lá tenho um ano inteiro pela frente, mais de 300 dias que servirão para melhorar ainda mais a forma e ganhar experiência nestas provas de Duatlo. A começar já a 10 de Fevereiro, no Duatlo das Lezírias.
 
 


Antes do banho de lama...
 
Durante o banho de lama...
A bicicleta, depois do banho de lama...

O jersey, depois do banho de lama...

4 comentários:

  1. Parabéns. Foi o concretizar de um sonho com mais de um ano. O resultado foi excelente dadas as condições do percurso. Continuação de bons treinos e pode ser que para o ano, o S. Pedro dê uma ajuda para a lama não ser tanta.
    Abraço e bons kms, quer a pedalar quer a correr.

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  2. Obrigado Tiago.
    Também já vi que estiveste muito bem em Sintra.
    Vais fazer a meia-maratona com uma perna às costas

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  3. Parabéns pela conquista e pelo relato. Compreendi-te perfeitamente, pois também estive lá! Foi duro para todos. Todos fizeram mais 10/20 minutos que o ano passado, por culpa da lama no BTT!
    Para o ano estamos lá outra vez, mas se chover muito nessa altura do ano devo optar pela prova de Sábado, mais curta e com menos consequências físicas e materiais!

    Tb fiz um relato da minha aventura no Jamor em http://acorrernovamente.blogspot.pt/

    Hasta

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    1. Boas Luis.
      Obrigado pela participação no nosso blog.
      A prova foi muito dura, é verdade, mas de grande satisfação. E para o ano estarei por lá de novo. Pior não será certamente.
      Abraço e boas aventuras
      RJ

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